Abandono: parques de Anápolis se tornam símbolos de descaso na atual gestão

O perigo, a sujeira e o abandono nas praças e parques revelam o descaso da atual gestão para com o patrimônio da cidade. No Parque da Liberdade, na região central da cidade, o mato alto, as pichações e a destruição de brinquedos e bancos são a marca do descaso.

Logo na entrada, o muro tem diversas pichações, próximo a vários postes de luz com as lâmpadas acesas, isso por volta das 13h30. A cena se repete todos os dias: desperdício e descaso caminham lado a lado. Há aproximadamente 15 dias, as luzes do local ficam acesas ininterruptamente.

Um funcionário da Prefeitura que não quis se identificar informou que os responsáveis pela iluminação pública já foram informados do problema, mas não tomaram providências.


Sujeira se acumula fora e dentro do Parque da Liberdade

Abel Pimenta, que trabalha em um almoxarifado, aproveita os momentos livres para passear no Liberdade. Ele avalia a limpeza, segurança e manutenção do local: “ultimamente caiu bastante de qualidade. Há três anos, quando eu cheguei aqui em Anápolis e comecei a frequentar aqui o parque, era bem mair arborizado, bem mais limpo, bem mais seguro”.

Ele relata que havia dois vigias durante a tarde e dois durante a noite, situação completamente diferente da encontrada na tarde desta terça-feira (5). Havia apenas um funcionário, fazendo a limpeza da área do parque. “Hoje em dia, está abandonado. Até os peixes que tinha aí, quase não tem mais, devido ao abandono. As pessoas vêm pescar e acabam vandalizando o resto do parque, o pouco que sobrou de bom. Está bem abandonado o parque”, reclama Abel.

Grupo que frequenta o Parque da Liberdade nos dias de folga reclama da insegurança e falta de conservação do local

Este frequentador do Parque da Liberdade afirmou ainda que há aproximadamente três anos havia sessões de cinema no local. “Dava bastante gente”, relembra. Ele explica o fim do projeto com base na “falta de incentivo”.

Com relação às luzes, que já estão acesas ininterruptamente há 15 dias, Abel tem um relato inusitado: “é um caso bem curioso que eu só vi aqui em Anápolis. Na parte da manhã, que tem bastante sol, as lâmpadas estão acesas; e à noite, que não tem sol, estão desligadas. É bem curioso isso daí. Isso ajuda no crescimento da criminalidade”.

Ipiranga

No Parque Ipiranga, a situação não é diferente. Após o cancelamento do contrato com a Empresa de Vigilância Federal, a Prefeitura não consegue ainda fiscalizar com eficiência o patrimônio do local, que virou abrigo para usuários de drogas e onde ocorrem furtos e roubos.

Gilmar Faria frequenta o Parque Ipiranga. Para ele, a sensação de segurança está comprometida com a falta de vigilantes no local, situação evidenciada por volta das 13h30 desta segunda-feira (5). “Como teve a mudança do serviço que fazia aqui – inclusive eu nem sabia dessa mudança – a sensação de segurança pode piorar”, ressaltou.

Frequentador do Parque Ipiranga, Gilmar Faria reclama da falta de segurança no local

A Prefeitura vem alegando que está em andamento a criação de um grupo, com participação dos vigias efetivos do município, que atuará em parques e praças e na manutenção do patrimônio público, o que ainda não se concretizou.

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