Américo Ferreira: ““Esse ano foi de adaptação do prefeito: espero que o ano que vem seja melhor”

Paulo Roberto Belém e Felipe Homsi

Eleito pela primeira vez após quatro tentativas consecutivas, o vereador Américo Ferreira (PSDB), diz que mesmo antes de ser eleito, já desempenhava o papel de vereador “sem mandato” pelas causas sociais na área da saúde, principalmente na região da Vila Jaiara, da qual admite ter compromisso eleitoral. Com isso, ele comenta sobre os seus projetos para a região e responde sobre o atraso da entrega do Parque da Jaiara. O vereador também avalia o trabalho da Câmara, comenta sobre a sua relação com o executivo avaliando a gestão Roberto Naves e ainda faz considerações sobre a postura do governador Marconi Perillo com a cidade de Anápolis, ele que é o maior líder estadual de seu partido.

A Voz de Anápolis – Qual a avaliação que o senhor faz do trabalho da Câmara, do conjunto dos vereadores, nessa legislatura que o senhor protagoniza como estreante?

Américo Ferreira – Eu faço uma avaliação positiva. A gente vê que realmente os vereadores têm comprometimento com o mandato, de dar uma resposta positiva ao seu eleitor. Então eu vejo uma Câmara realmente positiva. Cada um na sua responsabilidade e preocupado em dar essa resposta para a comunidade.

AVA – Após quatro tentativas pessoais de eleição, o senhor considera que a Câmara é aquilo que o senhor imaginava na prática?

AF – Sinceramente, eu não vi muita diferença. Eu penso que pelo fato de eu ter sido eleito somente na quarta disputa, eu já me considerava um vereador sem ter um mandato. A gente já atendia demandas sem a força do mandato. Então para mim está bacana. Eu vejo que te dá mais condições de trabalho, abre mais portas. Eu vi esse primeiro ano como uma adaptação, reforçando aquele projeto de onde a gente veio. Meu primeiro ano foi bem positivo.

AVA – O que o senhor não conseguia fazer sem mandato e que agora o senhor tem a condição de fazer ou fez?

AF – A gente veio com um trabalho mais social. Desde a minha primeira candidatura em 2004, a gente tinha um trabalho na área de saúde. Eu gostaria muito de ter a condição, às vezes, de ampliar esse projeto nosso e por falta de recurso a gente via que não era possível. A gente queria fazer, mas não tinha essa condição de fazer. Hoje, eu vejo que realmente esse mandato está dando essa condição de estar fazendo aquilo que a gente gostaria naquele momento sem mandato.

AVA – O berço do vereador Américo é a Vila Jaiara?

AF – É sim, a Vila Jaiara.

AVA – Você se considera um vereador bairrista?

AF – Sem dúvida. A gente obteve naquela região quase 1.110 dos 1.545 votos que tive para me eleger. Ali está o meu eleitorado.

AVA – O senhor fez uma audiência pública nessa semana na Vila Jaiara. Qual foi o objetivo e o que saiu de resultado desse encontro com a comunidade daquela região?

AF – Discutimos trânsito e segurança pública. Em relação a trânsito, já temos um projeto quase pronto. Na segurança, debatemos com várias pessoas conhecedoras o problema. No mais, a CMTT só não deu aval para esse projeto porque ele ainda não foi finalizado.

AVA – Qual é a principal demanda desse projeto no trânsito?

AF – A demanda maior ali é na rua Ipameri. A via é estreita e ali foi ventilada a possibilidade de mão única, mas me parece que os comerciantes não são de acordo. Acham que vai prejudicar o seu comércio, que vai cair o seu comércio. Então, me parece que nesse projeto eles vão estar buscando alternativa de permitir estacionamento somente de um lado desta via. O que eu acredito que vai ajudar muito.

AVA – A gente entende que Anápolis tem outras demandas no trânsito. O senhor pretende avançar nessa frente de apresentar outros projetos para a cidade ou o senhor entende que somente a questão daquela rua é prioritária?

AF – Naquela oportunidade, a gente discutiu o trânsito da Jaiara. A cidade toda precisa de alternativas. Agora, a gente não discutiu somente a Rua Ipameri. Discutimos a João Pinheiro, a Alberto Torres, a Marechal Gouveia, o cruzamento da Avenida Fernando Costa com a Carlinhos José Ribeiro, inclusive nessa última a ideia é colocar um sinaleiro forte.

AVA – Você acredita que o executivo está dando atenção àquela região? O Parque da Jaiara que a comunidade vislumbrava a inauguração ainda este ano, vai sair? Como está essa relação? Você ouve críticas de moradores de lá?

AF – No início do mandato, a gente foi bem questionado. A gente é morador dali há mais de 40 anos. Então a gente conhece bem o problema ali. Naquela Fernando Costa, quando em dias de chuva forte, até container é carregado pela enxurrada. Na segunda semana de mandato, o prefeito Roberto Naves nos convidou para uma conversa e a gente quando foi discutir a Jaiara, fomos discutir o parque. A gente disse a ele que o principal questionamento era o parque e chegamos ao acordo de que não adiantava terminar o parque sem fazer o trabalho da captação de água da Fernando Costa. Naquele momento, ele disse que iria buscar meios para que isso fosse feito e a gente vê que está tendo andamento agora. A proposta era concluir ainda este ano, mas em conversa com os comerciantes, observando que as obras chegaram na rotatória do posto de combustíveis próximo ao 28º Batalhão da PM, concluímos que dali para cima o comércio é mais forte. Os comerciantes têm a preocupação que as obras possam trazer prejuízo para a época do natal. Eu levei essa reclamação até o prefeito e ele entendeu que realmente pode ser atendido esse pedido deles de estar parando a obra e retorná-la depois do natal.

AVA – Isso vai adiar ainda mais a entrega do parque?

AF – Pode adiar um pouco mais porque o parque só vai ser mexido depois do término daquela obra de galerias de captação.

AVA – Qual a sua relação com o executivo, tirando essa pauta específica?

AF – Eu não tenho dificuldade com o prefeito até porque eu disputei duas eleições pelo PTB (2008 e 2012). Em um desses períodos o Roberto foi o nosso presidente municipal da legenda. A gente tem uma boa amizade. Às vezes, não nos atende melhor porque a gente sabe que a Prefeitura continua com dificuldade. Não é só a nossa. São todas as prefeituras. Todos os municípios, hoje, estão com dificuldade. Na medida do possível, tem atendido nossas reivindicações. Não posso reclamar porque 100% é impossível.

AVA – Qual a avaliação que o senhor faz da gestão Roberto Naves?

AF – Sinceramente, ainda não dá para fazer uma avaliação no contexto geral. A gente entende que ele pegou a prefeitura em uma situação difícil. Na saúde, na coleta do lixo. São vários os problemas. Ele está retomando obras paradas, inclusive você vê os viadutos aí, um já foi terminado, outro está quase pronto. Várias outras construções que estavam paradas, ele está retomando. Começou aquela construção lá da pediatria 24 horas que eu acho que vai ser importante, que vem de encontro à vontade do povo. Porque a gente sabe quando se fala em pediatria, dependendo do dia e da hora, nem no particular a gente encontra.

AVA – Na sua opinião, vai ter uma época do mandato do prefeito que as coisas vão acontecer? Você estipula um prazo pessoal para que isso aconteça do jeito que a população espera?

AF – Esse primeiro ano foi de adaptação. Avaliando essa questão de adaptação, acredito que ele foi bem. A esperança é que o próximo ano seja melhor. Acredito que ele será melhor do que foi nesse ano.

AVA – A sua vereança é pelo PSDB, mesmo partido do governador. A grande reclamação na cidade é sobre a atenção do governo do estado com a cidade, considerando, principalmente, as obras não entregues. O que acontece?

AF – É claro que poderia estar melhor. Não tenha dúvida disso. Se por um lado tem obras paradas, a gente não pode deixar de mencionar tantos projetos que foram concretizados em nossa cidade via governo. Hoje (terça-feira, 28) eles estão aqui discutindo projetos com o terceiro setor. Outra forma que avalio é que a gente vê aí vários estados que não estão conseguindo pagar a sua folha de pagamento, enquanto o governador está levando recursos para as prefeituras. Eu faço uma avaliação positiva do governador.

AVA – Qual o balanço desse seu primeiro ano de mandato?

AF – Estou encerrando primeiro ano de mandato com o sentimento de dever cumprido. Foquei muito em estar organizando o nosso grupo, trazendo uma tranquilidade para quem esteve com a gente na campanha. Reforçamos o nosso projeto social, uma ONG na verdade, a Casa de Apoio e Assistência Social Santa Luzia. Esse é um projeto voltado para a saúde, que vínhamos fazendo já há algum tempo, de encaminhamento de pessoas para um atendimento melhor em saúde. É uma consulta, é um exame, é uma cirurgia, é levar para Goiânia, é uma cadeira de rodas. Estruturamos esse projeto. A gente conseguiu documentar essa ONG, inclusive conseguindo o Cneas o que vai permitir que a gente faça o convênio com o município para a gente poder atender ali pelo SUS. Tudo isso com recursos próprios. Nós não temos parceiros e nem ajuda governamental. Vislumbramos esse convênio com o município. Eu não estou à frente diretamente pela questão do mandato, mas temos dado esse suporte.

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