Apesar de ser lei, prefeito não paga Bolsa Atleta há 14 meses e deixa atletas na mão

O “Bolsa Atleta” é uma lei municipal (nº3.601) de 2011. Ele consiste no repasse a título de incentivo de R$ 200 a R$ 500 com vistas à manutenção pessoal mínima aos atletas na busca de rendimentos. Acontece que desde janeiro de 2017, nenhum dos expoentes do Esporte na cidade estão recebendo o valor, apesar de ser lei municipal.

Se estivesse valendo, de fato, em 2017, somente o Bolsa Atleta poderia estar atendendo 49 esportistas em 17 modalidades distintas, entre elas, o atletismo, basquete, ciclismo, futsal, handebol e natação que apresentam a maior possibilidade de bolsas que poderiam ser ofertadas.

O calote dado pela gestão municipal sob o comando de Roberto Naves nos atletas tem causado o desestímulo da prática esportiva em diversos talentos do Esporte na cidade. É o caso de Victor Assis e Kevin César, que praticam o Atletismo desde a época de escola.

Especialista em provas de velocidade, o mais experiente, Kevin, enxergava 2017 como o ano que seria possível ter chances de conquistar a remuneração da Bolsa Atleta. “Nesse ano, eu seria facilmente contemplado por conta da minha pontuação, mas não houve nem inscrição”, disse. Atualmente, é o trabalho de pintor e a remuneração da bolsa estadual que garantem a permanência dele no esporte. “Com a bolsa do município, facilitaria mais, porque quando ela era paga (a bolsa) não tinha atraso, diferente da do estado”, contou, complementando que para ele esporte não é brincadeira. “É um trabalho”, define.

Aos 18 nos, o interesse de Victor (na foto acima) é pelas provas de distância. “Eu corro pelas provas de 1.500 e de 5 mil metros”, cita. Diferente de Kevin, ele não tem nenhum apoio financeiro e critica o não cumprimento da lei. “Como a gente não tem ajuda, o gasto só do bolso fica complicado. Geralmente, têm pessoas que param com o esporte porque não tem esse incentivo da bolsa. Fica difícil competir em alto nível assim”, observa.

Quem também tem esperança em ver a lei do Bolsa Atleta sendo cumprida é o atleta do basquete Igor Lins, de 15 anos. Para ele, não é sempre que o pai ou mãe consegue manter a vida esportiva do filho. “A gente quer evoluir em todos os aspectos dentro do esporte. Quer ter equipamentos bons, condições de manter a atividade esportiva e essa remuneração poderia proporcionar. É um prejuízo para o esporte ela não estar sendo paga”, concluiu.

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