Após inauguração, desafio do Presídio Estadual de Anápolis é saber se unidade irá desafogar cadeia pública da cidade

Faz quase um ano que da noite para o dia, mais de 600 presos de Aparecida de Goiânia foram concentrados na então obra inacabada do Novo Presídio de Anápolis, o que gerou grande transtorno e revolta aos anapolinos. Por aqui, eles ficaram longos meses e, após a devolução de todos, a expectativa era de que, ao mesmo tempo que a obra da unidade fosse, enfim, concretizada, ela servisse para desafogar a Cadeia Pública de Anápolis que hoje concentra mais de 800 presos, ao invés de pouco mais de 280, sua real capacidade.

Entretanto, o que já era noticiado desde os últimos meses, hoje foi concretizado com a inauguração nesta sexta-feira (16) do Presídio Estadual de Anápolis e o que indica a informação é a própria placa afixada na entrada do local. Quem confirmou a informação, também, foi o próprio governador Marconi Perillo que esteve na cidade comandando a cerimônia de entrega. “Presídios entregues não terão número maior de apenados do que a sua capacidade e a prioridade será para Anápolis”, disse o governador.

Governador garantiu que capacidade de 300 vagas não será desobedecida

Conta

Só a quantidade de presos condenados que hoje superlotam a Cadeia Pública de Anápolis é bem superior às 300 vagas que o Presídio Estadual de Anápolis inaugurado comporta. Quem divulga a informação é o presidente do Conselho da Execução Penal em Anápolis, Gilmar Alves dos Santos. “Nós temos 350 presos condenados em Anápolis. Nós queremos que tragam, primeiro, os nossos presos para depois, os de outras cidades”, afirmou. Entretanto, essa conta não fecha.

O presidente do Conselho da Execução Penal em Anápolis, Gilmar Alves dos Santos destaca: “Temos 350 condenados só em Anápolis”

Alves disse que está tratando diretamente com o Ministério Público essa questão. O presidente também lembrou à época quando a ideia da construção do novo presídio de Anápolis surgiu. “Quando esse terreno foi doado pela Prefeitura de Anápolis, quando o projeto passou pela Câmara, era para ser um presídio para Anápolis, não um regional. Mas criaram uma lei na Assembleia que transforma esses presídios em regionais, isso, recentemente e sem muito alarde”, lamentou.

Veio e voltou

Presente na inauguração, o prefeito Roberto Naves (PTB), remetendo ao episódio em que presos foram trazidos para a então obra inacabada do novo presídio de Anápolis da noite para o dia, declarou em seu discurso que o governador cumpriu à risca aquilo que havia sido combinado. “Nós recebemos os presos de Aparecida de Goiânia por um determinado período e tudo que foi combinado foi cumprido: veio e voltou”. A declaração chama a atenção porque à época Naves também defendeu que foi pego de surpresa com a vinda dos presos para a cidade.

Em to eleitoreiro, Naves elogiou bastante governador Marconi Perillo e ao vice-governador José Eliton

Em outra via, Naves comentou a questão da regionalização do presídio. “Hoje nós estamos inaugurando um presídio para a cidade de Anápolis, pois apesar de ser um presídio estadual, ele vai cuidar da situação carcerária principalmente de Anápolis”, citou. Em um tom mais eleitoreiro, o petebista emendou fazendo elogios ao governador e ao vice-governador José Eliton. Este último deve disputar o cargo de governador com a saída de Perillo.

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