Às vésperas da Copa, Kim Jong-un deu um drible da diplomacia de Trump

Donald Trump precisava de um evento que o colocasse como os demais ex-presidentes americanos se intitulam por pressão através daquilo que combatem: a violência. A “política de desarmamento” é, como sempre foi, a política do monopólio nuclear.

Nações se armam e se desarmam por uma razão: dinheiro.

Antes da guerra, a primeira medida quando se quer desarmar um destes países é fechar a porta comercial do mundo a ele.

Espera-se a rendição por inanição econômica.

Kim Jong-Um é um ditador a exemplo do que foi o seu pai. E vai continuar sendo, agora com a unção do “líder do mundo livre”.

Ao sair na foto com o coreano, Trump firmou várias posições, mas a principal delas foi a de legitimar a ditadura da fechadíssima sociedade norte-coreana.

Era o que Kim Jong-un queria. Ele meteu pressão, falou em guerra, estourou umas bombas perto do vizinho do sul e no final conseguiu anunciar o “fim” de um projeto nuclear que ninguém sabe (porque ninguém entra) se existia ou não, em troca de uma série de parcerias comerciais importantes para a economia local.

O fim da missão nuclear é também o fim dos embargos.

Era o que ele precisava.

Nos termos da negociação não estão presentes demandas como eleições diretas, sucessão presidencial, transparência democrática, garantia dos direitos humanos aos norte-coreanos e nem nada disso. Só tem que haverá o fim das ameaças e a repatriação de restos mortais de soldados.

Kim segue ditador, agora com as portas do comércio internacional abertos para fortalecer sua ditatura ancestral.

Kim conseguiu tudo.

Trump conseguiu a foto.

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