‘Assassin’s Creed’: um salto mal programado

Depois de fracasso nos EUA, filme baseado em jogo quer recuperar prejuízo com plateias pelo mundo

Já não é a primeira vez que Hollywood tenta acertar a mão numa adaptação para as telonas de grandes clássicos e sucessos comerciais dos videogames. A tentativa, obviamente, é válida uma vez que jogos eletrônicos movimentam um mercado bilionário que vai muito além da mídia física ou do jogo: são personagens, fantasias, peças colecionáveis e uma gama de produtos que podem, sim, ser agregados à magia do cinema.

Mas não foi isto que aconteceu ainda. E Assassins Creed parece ser mais uma destas tentativas que vão servir como uma referência de como já foi tentado e não foi atingido o objetivo. Às vezes, parece que os estúdios nem estão se esforçando, como aconteceu com “Double Dragon” (1994), mas cada lançamento renova as esperanças.

“Assassin’s Creed”, que está em cartaz nos cinemas de Anápolis, vai integrar esta galeria de tentativas. Com dois vencedores de Oscar – mais dois indicados – e orçamento de US$ 125 milhões, a produção parecia garantia de adaptação bem sucedida. Mas não foi dessa vez.

Tudo indicava que o cinema conseguiria romper a barreira entre adaptação de game e qualidade, principalmente a partir do momento em que o ator Michael Fassbender se enamorou tanto pela história do jogo da Ubisoft que decidiu produzir e estrelar o filme da Sony.

A estreia americana foi um fracasso, com apenas a quinta maior arrecadação dos lançamentos da semana. Já no Brasil, a estreia registrada no último dia 12 colocou o filme em primeiro lugar. Esta é a esperança da Fox, a distribuidora: que o mercado internacional compense o fracasso doméstico.

Um dos motivos do fracasso do filme foi a péssima avaliação da mídia especializada, onde o filme obteve notas muito baixas dos críticos de cinema como visto no Rotten Tomatoes (19% de aprovação) e no metacritic (Média 36).

A presença dele prova apenas que o prestígio de um ator conceituado não garante nada. O longa se inspira no enredo do primeiro jogo, mas com mudanças para tornar a trama rocambolesca de hereditariedade, sociedades secretas e artefatos divinos menos absurda. O roteiro, no entanto, acaba fazendo todas as escolhas erradas.

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