Ataques pessoais marcam último debate entre candidatos ao governo de Goiás

Em clima quente, o último debate dos candidatos ao governo de Goiás antes das eleições em primeiro turno, na noite de ontem na TV Anhanguera, foi marcado por troca de ataques dos cinco participantes. Apesar de ser o primeiro colocado com ampla vantagem nas pesquisas, o senador Ronaldo Caiado (DEM) não foi o principal alvo das críticas e também chegou a fazer alfinetadas contra a atual gestão.

O deputado federal Daniel Vilela (MDB) e o governador José Eliton (PSDB), em empate técnico no segundo lugar na última pesquisa Serpes/O POPULAR, divulgada domingo, protagonizaram dois momentos entre aqueles de trocas de críticas mais intensas.

Eliton disse que Daniel tem pai político – o ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (MDB) – e nunca teve carteira assinada, nem conhece necessidades dos mais pobres. Daniel acusou o governador de incompetência como secretário e disse que ele também é filho de ex-prefeito (de Posse, José Eliton).

Os professores Kátia Maria (PT) e Weslei Garcia (PSOL) também exploraram o que consideram fragilidades dos adversários à frente. Weslei disparou ataques mais duros. Foi o único a abordar a operação Cash Delivery, questionando o fato de o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, que teve prisão preventiva decretada ontem depois de ser preso temporariamente na sexta-feira, continuar nomeado no governo estadual. Ele também fez acusações contra Caiado sobre trabalho escravo e de fazer “política coronelista de jagunços e capangas”.

Embora praticamente todas as perguntas tenham tido como foco principal questões administrativas, com dois blocos com temas pré-definidos, todas as respostas em geral tiveram críticas entre os adversários.

Em dois blocos, os temas eram livres e os candidatos poderiam escolher os adversários a responder. O tema da saúde, apontado pela pesquisa Serpes como aquele que o eleitor considera o maior desafio para o próximo governador, foi o mais abordado. Foi assunto de três perguntas. Geração de emprego ficou em segundo lugar, com duas abordagens.

Caiado destacou sua trajetória política, reconhecimento nacional e o fato de ser ficha limpa. Foi atacado por ter feito parte dos governos do tempo novo e pelos posicionamentos em votações no Congresso. Eliton, que adotou o nome de Zé na campanha, buscou destacar que é humilde e conhece as dificuldades de pessoas carentes. Foi muito atacado por questões administrativas de várias áreas.

Daniel repetiu por várias vezes que é contra a “velha política” e disse que quer implantar novas práticas. Além das críticas sobre o pai, também foi atacado por posicionamento em votações no Congresso.

Caiado foi questionado duas vezes nos dois blocos de perguntas livres, mas alguns temas não foram sensíveis para o democrata. Em posição confortável, o senador evitou entrar nos embates. “Quero falar com o eleitor que está em casa assistindo até essa hora querendo propostas. Apesar da acidez das respostas, eu não vou entrar neste jogo”, afirmou, em resposta a Daniel, que disse que as propostas do democrata não são objetivas e “representam a velha política”. (O Popular)

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