Bispo de Formosa renuncia em carta enviada e aceita pelo Papa Francisco

Dom José Ronaldo Ribeiro, investigado pela Operação Caifás, renunciou ao cargo de bispo de Formosa (GO) em carta enviada ao Vaticano. A decisão, aceita pelo Papa Francisco foi divulgada nesta quarta-feira (12), no site do Vaticano e reproduzida no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Ele é investigado pelo desvio de aproximadamente R$ 2 milhões em dízimos, ofertas e taxas da igreja. A reportagem ainda não conseguiu falar com a defesa do religioso para comentar o assunto.

A Operação que investiga o caso foi deflagrada em março deste ano, após denúncia publicada pelo POPULAR, em dezembro de 2017. Na última segunda-feira (10), a audiência de instrução foi realizada no salão do Tribunal do Júri Carlos Agenor de Castro Roller, no Fórum de Formosa sob a presidência do  juiz Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal.

Conforme publicado no POPULAR na última terça-feira (11), as insatisfações de clérigos e leigos da Diocese de Formosa com relação à falta de transparência com os gastos da igreja já seriam alvo de investigação por um visitador apostólico, que é um representante do papa numa missão rápida para avaliar alguma irregularidade.

Um mês antes da deflagração da Operação Caifás, em 19 de março deste ano, o nome do arcebispo de Uberaba, d. Paulo Mendes Peixoto, que é o atual administrador apostólico na Diocese do Entorno do Distrito Federal, já havia sido indicado para a função. Antes da operação, ele deveria ir à cidade goiana para ouvir tanto o bispo d. José Ronaldo Ribeiro, que está afastado desde março, quanto os outros padres, que atuam ou não, na administração da Cúria.

O arcebispo também deveria ouvir leigos e fiéis para entender o que se passava. Depois disso, ele deveria confeccionar um relatório para enviar para a Congregação dos Bispos, que analisaria o documento para definição. Caso não houvesse essa conclusão, o caso seria levado à Nunciatura Apostólica.

Mas antes mesmo de d. Paulo atuar como visitador o caso foi exposto em denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e, no lugar de vir com a função de ouvir os insatisfeitos, o arcebispo foi nomeado como interventor. Ele irá permanecer no cargo, dividindo suas atenções entre as duas dioceses (Formosa e Uberaba) até que seja nomeado um novo bispo. (Do Popular)

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