Brasil deverá restringir exportações de aço para EUA se quiser manter isenção de tarifas

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, afirmou que a maneira mais rápida de o Brasil conseguir isenção permanente das tarifas sobre o aço brasileiro é concordar com restrição voluntária de exportações e estabelecimento de cotas, semelhante ao que foi negociado pela Coreia do Sul.

O anúncio foi feito durante reunião com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. Brasil, Coreia do Sul, Argentina, Austrália e UE tiveram as tarifas de 25% sobre aço e 10% sobre o alumínio suspensas até 30 de abril, enquanto negociam a exclusão definitiva das sobretaxas. Os EUA são os maiores compradores de aço brasileiro, e as tarifas podem gerar perda anual de US$ 1,1 bilhão.

O  governo brasileiro resiste em concordar com redução voluntária de exportações, que geraria perdas para o setor, e não cogita fazer concessões em outros produtos fora da cadeia do aço. Ross teria reconhecido a posição singular do Brasil e a complementaridade no setor do aço. O governo brasileiro argumenta que as sobretaxas sobre seu aço vão prejudicar diretamente as siderúrgicas americanas.

Elas compram do Brasil mais de 80% do produto sob a forma semiacabada para transformar em peças e vender a fabricantes de eletrodomésticos, automóveis e outros. Além disso, o Brasil importa US$ 1 bilhão em carvão dos EUA, usado na fabricação de aço. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o USTr, determinará quais países terão as tarifas suspensas de forma permanente. Além do Brasil, Argentina, União Europeia e Austrália estão negociando.

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