Briga política por espaços na chapa de 2018 transforma Anápolis em cabo de chicote do PTB

A importância de Anápolis no cenário econômico e político de Goiás já foi comprovada reiteradas vezes. Segundo maior PIB do Estado, o município é conhecido como a cidade que decide eleições por seus mais de 260 mil eleitores. Mesmo com toda esta projeção, a cidade se vê agora em condição de ser instrumento de ataque e negociação política do grupo político liderado pelo deputado Jovair Arantes e seu afilhado, o prefeito Roberto Naves.

Isto porque na tentativa de pressionar o governador Marconi Perillo para valorizar o passe do PTB, o prefeito Roberto Naves protagonizou nesta semana os bastidores políticos. Ao invés de aparecer entregando obras e lançando projetos, surgiu no cenário pressionando o Governo, em sintonia com o filho de Jovair, o deputado estadual Henrique Arantes. Juntos, ambos estariam criando dificuldades políticas para Perillo e Eliton, um na cidade e outro, na Assembleia Legislativa de Goiás.

Estas manobras têm seu ponto alto no tema de “municipalização da água”: se está tudo bem, a água é da Saneago, do contrário, vai-se visitar Catalão para ver o processo de municipalização. O problema desta “negociação” política é que o que está em jogo são os projetos e os benefícios que Anápolis reivindica tanto da gestão municipal quanto do governo estadual.

“Mais de 70 cidades já foram atendidas, Anápolis distribuiu os investimentos em vários projetos menores e por isto há um tempo maior para o repasse”, anunciou José Eliton quando esteve aqui. O próprio governador costuma dizer que ele é “o representante de Anápolis”, não tendo a necessidade de porta-voz entre ele e a cidade. A frase recorrente de Perillo e a justificativa de José Eliton deixa nas entrelinhas que o Governo está, por sua vez, contragolpeando o PTB ao fazer jogo duro e não repassar à cidade a promessa milionária feita no primeiro semestre. E mais uma vez quem está na linha de tiro são os mais de 360 mil anapolinos que estão à espera de que algo da gestão Naves aconteça.

Sai, mas fica

A saída do PSDB do Governo não poderia ser mais “ao estilo tucano”: será decidido neste fim de semana em encontro de Temer com Geraldo Alckmin. A ideia é que a legenda deixe de estar no governo, mas siga apoiando com seus 46 deputados os projetos defendidos por Temer, como por exemplo, as reformas.

Preço

O ministro Eliseu Padilha, que foi quem primeiro comunicou a saída tucana da base governista, já mandou seu recado: a decisão terá impacto na formação da chapa para 2018 e num possível apoio a Alckmin em sua candidatura.

No Ar

Gastos com fretamento de jatinhos e com passagens aéreas cresceram 40% no orçamento do Senado. Entre os que mais gastam está a senadora goiana Lúcia Vânia (PSB). Ela justifica que os registros referem-se a viagens para participar de eventos oficiais nos municípios.

Austeridade?

O Governo de Goiás enviou à Alego projeto de lei para aumentar os salários de alguns servidores comissionados, entre eles, dos gerentes especiais e dos chefes de núcleo de Estado. O resultado do reajuste é um impacto de R$ 9,15 milhões na folha.

Planos

Demóstenes Torres (PTB) já faz planos para quando se livrar dos processos que o tornam, ainda, inelegível: ele quer ser candidato a senador. O que emperra os sonhos é que seu partido quer indicar Hildo do Candango – de Águas Lindas – como vice de José Eliton.

Desidratação

Depois de perder legendas para a base marconista, agora o DEM de Ronaldo Caiado sofre baixas para o PMDB. O PRTB goiano fechou com Daniel Vilela, pré-candidato peemedebista ao Governo.

Num deu

O sonho de Marconi Perillo em assumir uma posição no cenário nacional foi frustrado pelo grande acordo tucano para escolher uma terceira via para comandar o PSDB. O nome será de Geraldo Alckmin, que é também o pré-candidato à Presidência do Brasil.

Pode isso?

Um dos locutores do governo que servem como animadores de plateia anunciou José Eliton em evento realizado no Sesi da Jaiara como “o vice-governador mais atuante do Brasil”.

Outra órbita

Enquanto os vigias municipais manifestavam pela ocupação das funções na Guarda Municipal, cujo projeto ainda nem foi apresentado, o prefeito Roberto Naves cumpria agenda política com José Eliton em Anápolis.

Laranjas

As revelações sobre Aécio Neves seguem surpreendentes. Desta vez a PF descobriu que o senador do PSDB usava celulares que estavam em nome de um montador de andaime e de um agricultor para fazer as conversações sobre propina e demais negócios ilegais.

Negociações

O PMDB mira o PP, de Wilder Morais, e o PSD, de Vilmar Rocha, para fechar acordo com vistas a 2018. A ideia é oferecer a ambos os líderes a vaga no Senado na chapa encabeçada por Daniel Vilela. Sobraria um espaço para a vice.

Manobra

Roberto Naves coloca Anápolis em compasso de espera ao entrar no jogo político de seu partido, o PTB, de pressionar o Governo Marconi para conseguir melhores espaços na chapa de 2018. Enquanto isto, a cidade contempla com a falta de investimentos, seja municipal, seja do Estado.

Retaliação

Como forma de pressionar o Governo, o deputado petebista Henrique Arantes propôs emendas em todos os projetos enviados pelo Executivo à Alego. É uma forma de atrasar as pautas governistas no legislativo.

Lá andou

O projeto que cria a Guarda Municipal está feito e foi apresentado na Câmara Municipal. Mas a de Pontalina. Por lá, o prefeito Milton Ricardo participou da sessão e defendeu o projeto, enquanto em Anápolis, os vigias precisam promover manifestação para serem aproveitados num projeto que é, até agora, só uma promessa de campanha.

Desigualdade

Pesquisa nacional aponta um dado preocupante: metade dos brasileiros têm rendimentos abaixo do salário mínimo. A realidade é causada por conta de trabalhos autônomos e pela informalidade. A tendência é que este dado seja aprofundado com a nova legislação trabalhista em vigor.

Boa Sorte

O IFG realizou eleições para diretor-geral e a escolhida foi a professora Elza Gabriela Godinho Miranda. Ela foi eleita com 40,97% do total de votos para um mandato de quatro anos (2017-2021).

Deboche

Daniel Vilela (PMDB) criticou o evento realizado pelo Governo de Goiás, que pagou dívidas de 10 meses com município na área da Saúde, tratando o evento como “investimento” nas cidades. “O governo do Estado debocha da cara dos goianos por realizar solenidade para pagar dívidas acumuladas durante quase 1 ano na área da saúde com os municípios goianos e transformar a quitação em festa”, disse.

Dia-a-Dia na Câmara

Lélio Alvarenga (PSC) fez uma cobrança efusiva sobre os investimentos em Segurança Pública na cidade, tanto em âmbito municipal, mas principalmente na gestão da área no Governo de Goiás. Ele quer que o município retome investimentos em câmeras de vídeo-monitoramento.

Jean Carlos (PTB) afirma que irá lutar para incluir os vigilantes municipais já em atuação na cidade para servirem como integrantes da Guarda Municipal. “Precisamos fazer alguma coisa porque um ano já se passou”, disse o parlamentar.

“Guarda Municipal não vai ser a solução do problema da Segurança. A missão ainda é do Estado”, acredita Teles Jr (PMN), que defende um aumento na cobrança por parte da Câmara junto ao Governo de Goiás.

O deputado federal Lucas Virgílio (SD) visitou a Câmara Municipal na manhã segunda-feira (27). O parlamentar colocou-se à disposição dos vereadores para atender a demandas junto ao Governo Federal.

Antônio Gomide (PT) pediu o auxílio do deputado federal Lucas Virgílio para agir pela Segurança Pública que, segundo ele, é hoje o maior desafio da cidade de Anápolis. “Para que em 2018 tenhamos um ano melhor em nossa cidade”, disse.

Amilton Filho (SD) propôs moção de aplauso para os alunos que participaram da Olimpíada Municipal do Conhecimento. “Sempre saudável promover a disputa dos jovens da nossa cidade em busca do conhecimento”, disse.

Teles Jr (PMN) criticou duramente o que considerou o uso de Anápolis como “palanque político para o vice-governador José Eliton”. “As obras estão todas paradas, nada avança, mas eles vêm aqui para fazer política”, reclamou.

Diante de mais de 50 vigias que se manifestavam na Câmara, Amilton Filho discursou que “a guarda municipal que deve ser implantada já está aqui e são vocês”. Arrancou aplausos. O aproveitamento dos vigias, no entanto, vem encontrando empecilhos jurídicos para acontecer.

Amilton Filho (SD) ainda disse que “hoje o anapolino tem medo de frequentar o Parque Ipiranga por medo de ter furtado o seu celular”.

“Base aliada e prefeito precisam se acostumar com a cobrança das promessas feitas porque todo mundo tem estes compromissos guardados no zap, porque a população não esquece”, disse Luiz Lacerda (PT) sobre a reclamação de vereadores da base em serem cobrados por compromissos de campanha.

Elinner Rosa (PMDB) usou o pequeno expediente para agradecer aos doadores de sangue que, segundo ela, fazem com que não falte sangue no banco da cidade. A vereadora é proprietária da unidade na cidade.

Luiz Lacerda (PT) classifica o programa Goiás na Frente, promovido pelo Governo de Goiás, como “embromação”. “Apenas 8% do que foi prometido nas cidades foi entregue. Este é o procedimento deste governo com a nossa cidade”, criticou.

Geli Sanches (PT) justificou sua ausência nas sessões da semana anterior em decorrência de uma visita realizada à Clínica Escola Autista em Itaboraí (RJ). A ideia foi conhecer o projeto para testar sua aplicabilidade em Anápolis.

O projeto de Leandro Ribeiro (PTB), que permitia o fechamento de ruas por moradores, foi travado no legislativo por conta de um processo judicial que está em curso no Forum. Por enquanto, o projeto fica engavetado no aguardo de um despacho na Justiça.

Antônio Gomide afirmou que o prefeito Roberto Naves teve grande oportunidade de dizer “umas boas” para José Eliton. “Podia ter dito que não adianta ampliar um programa que nem o primeiro ele soltou o dinheiro. O que José Eliton fez foi uma afronta ao executivo municipal. Naves perdeu a chance até para marcar uma posição política”, resumiu.

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