Caso Edmar-Elson: Empurra-empurra continua e mortes seguem sem conclusão

Felipe Homsi

As mortes dos empresários anapolinos Edmar Almeida e Elson Abreu seguem sem explicação e, agora, encontram um novo impasse: a burocracia. Depois de uma indecisão sobre qual delegacia deveria ficar o inquérito e as investigações, agora, por decisão da Justiça, o caso deixa de estar sob o comando de Leonardo Sanches, da delegacia de Silvânia, e deverá ser remetido para o Grupo de Investigação de Homicídios de Anápolis. Leonardo Sanches remeteu todos os dados obtidos em Silvânia para Anápolis.

A regional de Anápolis, comandada pelo delegado Fábio Vilela volta a cuidar do caso que segue sem explicação

Anápolis é a terceira cidade que deverá tentar solucionar as mortes, indicadas como crimes por onde passou. O caso já esteve sob o comando da 5ª Delegacia Regional em Luziânia, depois passou a ser investigado em Anápolis, sob o comando do delegado da 3ª Regional da Polícia Civil, Fábio Vilela. Em um terceiro momento, o caso foi parar nas mãos de Leonardo Sanches até retornar a Anápolis

Morosidade

Para se ter uma ideia sobre a lentidão das investigações e como a falta de estrutura pode atrasar o fornecimento de respostas para as famílias de Elson e Edmar, até agora apenas dois de um total de nove laudos foram apresentados. O Instituto Médico Legal de Anápolis entregou o laudo cadavérico de Edmar Almeida, assinado pelo médico Rodrigo Barreto, com resultados “inconclusivos”. Exames adicionais foram solicitados pelo médico, já que, conforme Leonardo Sanches, “o laudo cadavérico que veio e nada é a mesma coisa”.

O laudo pericial de morte de Edmar Almeida, que é feito pela Polícia Técnico-Científica, também foi inconclusivo, conforme apresentado pelas equipes da região de Luziânia que o produziram. Leonardo Sanches acredita que “esse caso está muito rápido”, apesar da demora.

Um laudo de cadáver, conforme elucidou, demora em torno de 50 a 60 dias para ficar pronto, dadas as condições atuais. Os exames complementares podem durar de quatro a cinco meses para serem concluídos. “Você não pode fazer nada, você tem que ficar sentado esperando”, ressalta. Um material produzido pelo serviço de inteligência também foi produzido e entregue ao delegado da 3ª Regional, Fábio Vilela, que o repassou para o Grupo de Investigação de Homicídios de Anápolis. O delegado Leonardo Sanches, que não teve acesso aos documentos da inteligência, afirmou que estas informações ainda não estão disponíveis.

Para ele, não é possível afirmar ainda se foi “acidente, nem se teve uma terceira pessoa, nem homicídio”. “A inteligência não tem nome, não tem cor, não tem cheiro”, explica sobre o caráter secreto das investigações. Suas palavras indicam que ainda não foi feito cruzamento de todas as informações obtidas pelos cinco delegados que fizeram parte das investigações: “estão chegando picadas algumas coisas”.

Já foram realizadas imagens via satélite, análise dos telefones de Edmar Almeida e Elson de Abreu, rastreamento bancário e colhidos os depoimentos de familiares, amigos e funcionários do Vesúvio, restaurante que os dois possuíam no Bairro Jundiaí. Leonardo Sanches, mesmo com todas as mudanças que o processo teve, ainda acredita que as investigações não foram atrapalhadas.

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