“Medicamento vence em qualquer lugar, inclusive, dentro de casa” diz farmacêutico do Conselho Municipal de Saúde

Conselho Municipal de Saúde visitou o almoxarifado e afirmou que vai tratar o assunto baseado em informações exclusivamente técnicas. Levantamento deve durar meses, afirma farmacêutico

Paulo Roberto Belém

Na semana passada, nenhum outro espaço recebeu tantas atenções mais do que o almoxarifado de medicamentos da Secretaria Municipal de Saúde. A notícia de que no local estavam armazenados medicamentos vencidos repercutiu incisivamente na imprensa, razão pela qual o Conselho Municipal de Saúde decidiu agir.

Eládio de Carvalho Junior e Flaubert de Azeredo, farmacêuticos representantes do Conselho durante vistoria

Nesta segunda-feira, 30, o espaço recebeu uma vistoria de membros do Conselho para avaliar a situação. Estiveram presentes o presidente Daniane Marinho e os farmacêuticos que integram o Conselho Municipal de Saúde e que são representantes do Conselho Regional de Farmácia, Eládio de Carvalho Junior e Flaubert de Azeredo. A vistoria também foi acompanhada pelo gestor do almoxarifado, José Fonseca, e do diretor de Estratégia e Saúde da Família, Washington Duarte.

Vistoria

A equipe verificou a sala onde estão os medicamentos e suprimentos vencidos, mas que não se pode afirmar quanto e quais os medicamentos específicos que passaram do prazo porque ainda não foi feito um levantamento da Secretaria. “O temos aqui é um amontoado de caixas. Com certeza, após a separação de item por item, esse volume, inclusive, tende a diminuir”, destacou o farmacêutico Flaubert de Azeredo.

O Conselho, então, solicitou que seja realizado um levantamento detalhado dos itens vencidos constando todas as informações possíveis, a exemplo de data de validade, a maneira com que o medicamento foi adquirido (compra, doação e outros casos) e demais informações que comprovem o histórico de entrada e saída de cada item na central de medicamentos.

Medicamento vence em qualquer lugar, inclusive, dentro de casa, destacou o farmacêutico Flaubert de Azeredo

“Precisamos desse levantamento para averiguar as responsabilidades, mas vale lembrar que somente os insumos comprados pelo município resultam em prejuízo para a Prefeitura.”, afirmou Flaubert. O gestor do local, José Fonseca, chegou a dizer que esse trabalho pode levar meses.

Alarde

Perguntado se a situação foi denunciada de forma precipitada, considerando que nem a própria secretaria sabe, de fato, o que e em qual quantidade os itens estariam vencidos, Flaubert disse que era preciso ter tido mais cautela, mas que o cenário do amontoado de caixas de medicamentos contribuiu para o que ele denomina como alarde.

“Primeiro tem que buscar o porquê se perdeu, para depois avaliar uma possível culpa. Medicamento vence em qualquer lugar, inclusive, dentro de casa. Vamos tratar a situação da forma, exclusivamente técnica”, pontou Flaubert, que acredita que esse processo dure seis meses.

O farmacêutico incrementou que a partir de agora, mais do a informatização do controle dos medicamentos, é preciso de ter um profissional habilitado para que essa vigilância seja mais eficiente. Essa ideia também é defendida pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Daniane Marinho. “Queremos despolitizar essa problemática para tornar efetiva o controle de medicamentos para que ele seja feita de uma forma racional”, destacou o presidente.

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