Durante a madrugada deste sábado (08), aproximadamente 25 crianças e adolescentes procuraram o Conselho Tutelar do município a procura de abrigo e alimento. Informações preliminares repassadas pelo conselho indicam que elas teriam fugido de uma clínica de recuperação que funcionava de maneira irregular no município.
Após receberem as crianças e adolescentes, conselheiros e funcionários do conselho começaram a procurar o apoio emergencial de instituições e igrejas. Conforme informações repassadas por uma das conselheiras tutelares em um grupo de Whatsapp, o pároco da Paróquia São Judas Tadeu ofereceu a igreja e se dispôs a dar alimento e abrigo ao grupo, composto por menores usuários de drogas que estariam em recuperação na clínica irregular.
Várias clínicas foram procuradas, até que o proprietário da Clínica Valor da Vida, Wesley Muller, aceitou recebê-los de maneira emergencial, após uma ação que envolveu a Polícia Militar, os Conselhos Tutelares e o Juizado da Infância e da Juventude.
Em seu perfil no Facebook, Muller relatou durante a madrugada a situação: “são quase três horas da manhã, estou aqui na Clínica Valor da Vida, da qual sou diretor, vocês podem ver a movimentação. Eu recebi uma ligação uma hora da manhã do Conselho Tutelar me pedindo uma ajuda para poder recolher alguns menores”.
A narração continua e Wesley apresenta que os menores estariam em “cárcere privado” e “judiados” na clínica de origem. Esta informação ainda não foi confirmada pelo Conselho Tutelar. “Eu quero dizer para você que tem clínica, que se acha diretor de uma clínica, não faça isso”, relatou indignado sobre a situação das crianças e adolescentes.
Ele informou que não tem o interesse de deixar as meninas e meninos na sua clínica por muito tempo. A Valor da Vida é uma instituição particular. Wesley Muller informou que aceitou emergencialmente oferecer abrigo “por amor às vidas”.
Durante sua mensagem no Facebook, em meio à ação que conduziu as crianças para a clínica, ele ainda direcionou suas palavras para a clínica que supostamente estaria agindo de maneira irregular na cidade. “Toma vergonha na sua cara. Tem que tratar o ser humano com dignidade. O que eu vi no conselho tutelar e na Delegacia foi uma coisa esdrúxula. Estou aqui com uma criança de nove anos de idade, no meio de maiores. Eu estou indignado”, declarou.
A reportagem do Jornal A Voz de Anápolis está em contato com o Conselho Tutelar. Mais informações serão dadas a qualquer momento.
