Embaixador russo na ONU diz que não descarta guerra se EUA atacarem a Síria

Por G1

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou nesta quinta-feira (12) a prioridade imediata é evitar o risco de guerra e que não descarta a possibilidade de um novo conflito entre seu país e os Estados Unidos se a Casa Branca decidir lançar um ataque contra a Síria.

Perguntado se essa guerra pode colocar os americanos contra os russos em uma guerra direta, Nebenzia disse que a hipótese não pode ser descartada porque há militares russos na Síria e existe um grande risco de escalada do conflito.

“Não podemos excluir nenhuma possibilidade, infelizmente, porque vimos mensagens saindo de Washington que são muito belicosas”, afirmou o embaixador aos jornalistas na sede da ONU. Nebenzia pediu que os EUA e seus aliados não utilizem a força contra a Síria.

“Eles sabem que estamos lá. Eu gostaria que tivesse diálogo pelos canais apropriados para evitar qualquer acontecimento perigoso. A situação é muito perigosa e queremos deixar isso claro”, disse o embaixador ao término de uma reunião a portas fechadas no Conselho de Segurança.

Nebenzia também defendeu nesta quinta que a mera ameaça de um ataque por parte dos EUA é uma “clara violação” da Carta da ONU. “Esperamos que haja um ponto de retorno, que os EUA e seus aliados desistam de uma ação militar contra um Estado soberano”, indicou Nebenzia.

A reunião no Conselho de Segurança foi convocado pela Bolívia para discutir as ameaças feitas nesta quarta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que mísseis “bacanas, novos e inteligentes” estão chegando à Síria em retaliação ao suposto ataque químico de 7 de abril.

Os EUA acusam o regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, aliado de Kremlin, de ser responsável pelo ataque. A Síria e a Rússia negam que tenham usado armas químicas.

O embaixador russo na ONU disse que seu país pediu uma nova reunião do Conselho de Segurança para analisar com o secretário-geral, António Guterres, as tensões na Síria. Ainda não há data para o encontro, mas Nebenzia acredita que ele será realizado em breve.

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