Empresa de coleta de lixo para serviço por dívida feita em 2015

Por: Paulo Roberto Belém

Desde o início da semana passada, Anápolis ficou em alerta com a notícia de que o serviço de limpeza urbana, sobretudo o de coleta de lixo, poderia ser paralisado por conta de uma dívida entre a Prefeitura de Anápolis e a GC Ambiental na casa dos R$ 24 milhões. Segundo a empresa, a pendência estaria influenciando, principalmente, no pagamento dos salários dos cerca de 600 trabalhadores do consórcio. Na manhã da última sexta-feira, os trabalhadores cruzaram os braços por conta do não recebimento dos salários em atraso. Até o fechamento desta edição, a situação ainda estava em aberto e a greve continuava.

A dívida foi noticiada em ofício enviado ao gabinete do prefeito Roberto Naves logo no dia 3 de janeiro. Quase que instantaneamente o documento foi parar na rede sendo amplamente replicado nas mídias sociais, fazendo movimentar os bastidores políticos. Em entrevista sobre o fato, o prefeito considerou grave o problema e que por conta da dívida ter sido herdada, era preciso primeiro colocar a casa em ordem para solucioná-la. “Tenho certeza que a empresa terá um bom entendimento e não vai suspender o serviço”, disse Roberto.

Dinâmica da dívida

Segundo o gerente de contratos da GC Ambiental, Guilherme Aires (foto), os problemas que resultaram na dívida dos cerca de R$ 24 milhões iniciaram no mês de janeiro de 2015 e que antes dessa data, tudo estava normal. Ele explica que a pendência é resultante de montantes acumulados mês a mês e que não foram pagos desde aquela época.

“A empresa tinha um valor a ser recebido em um mês, mas que não era pago integralmente. Em 2015 eram cerca de 300 mil/mês e em 2016 foram cerca de 700 mil/mês”, explicou o gerente, confirmando que esses montantes equivalem a reajustes contratuais legais anuais que consideram o IGPM. “De 12 em 12 meses o reajuste era feito, mas nunca foi pago desde janeiro de 2015”, reafirmou.

Paralisação

No documento entregue ao prefeito, a empresa também noticiou que todos os problemas por conta da dívida, o principal deles era a dificuldade para honrar com a folha de pagamento dos colaboradores da empresa. Os trabalhadores já haviam recebido os proventos dos dois últimos meses em atraso o que incitou início de paralisação à época e, até o fechamento desta edição, os salários que deveriam ser pagos no último dia 6 ainda não foram realizados.

Questionado sobre uma possível paralisação, o gerente disse que há uma negociação entre a atual administração e a diretoria da empresa para que o problema seja resolvido o mais rápido possível, mas que até então, não havia novidades. Sobre o fato da dívida ser ou não de conhecimento do atual prefeito antes da notificação, Aires disse que todas as informações, inclusive das pendências, foram repassadas à equipe de transição à época. “Temos esperança que o problema seja resolvido ainda nos próximos dias para que o serviço prestado aos anapolinos não seja prejudicado”, finalizou.

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