Paulo Roberto Belém
Já era noite daquela quarta-feira, dia 17 de maio de 2017, quando gravações divulgadas pela imprensa mostraram conversas obscuras do presidente da República Michel Temer com um dos donos do Grupo JBS, Joesley Batista. Nas conversas gravadas sem o conhecimento de Temer pelo empresário, destacam-se: o suposto consentimento do presidente pela compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia, a suposta indicação para Joesley do nome do deputado Rodrigo Rocha Loures, do PMDB do Paraná, aliado de Temer, para resolver, no governo, um assunto da empresa J&F – controladora do Grupo JBS – e, por último, a informação ao presidente, por parte de Joesley, de um suposta compra de procuradores e obstrução da Justiça em assuntos de interesse da JBS.
Todos os diálogos divulgados fazem parte das delações premiadas dos donos da JBS e de demais executivos da empresa para se livrar da cadeia. Eles não estão mais no país, mas deixaram no Brasil, a partir daquele dia, a explosão de uma nova crise política que, apesar de envolver outros políticos, a exemplo do senador Aécio Neves, prejudicou, em cheio, a imagem de Michel Temer.
Passados mais de duas semanas do episódio, o futuro do presidente ainda é incerto. Ele é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por três crimes e acumula mais de 10 pedidos de impeachments, entre eles, o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Temer é alvo, também, das manifestações das ruas que tem aumentado ao passar dos dias. E em Anápolis, o que o cidadão pensa dessa situação?
Para avaliar o que o anapolino está pensando a respeito das consequências que o Brasil pode vivenciar por conta destes episódios, mais uma enquete de A Voz de Anápolis. Desta vez, cidadãos de diferentes perfis residentes em Anápolis responderam: qual o futuro do presidente Michel Temer? Caso ele seja afastado, você acredita que devem ser realizadas eleições diretas ou indiretas? Acompanhe as respostas:
Caio Fernandes – Advogado
“Falar em afastamento presidencial é bastante delicado não apenas no cenário político. Isto porque gera um reflexo negativo nas mais diversas áreas, como por exemplo, na economia. Por este motivo, entendo que apenas depois de constatada a veracidade destas delações e confirmado o envolvimento do atual presidente é que deveria ocorrer o afastamento. Caso o atual presidente Michel Temer seja afastado, por uma questão constitucional, as eleições deverão ocorrer de forma indireta para que tenhamos apenas o complemento do mandato, tendo em vista que as eleições diretas ocorreram normalmente em 2018”.
Hugo Lins – Vendedor
“Eu acredito que o Michel Temer deve, sim, ser afastado, somente se algo ficar comprovado, logicamente. Após o afastamento, caso haja, o ideal seriam eleições diretas, o que, de todo jeito, não vai ser nada fácil porque me parece que neste caso específico estão previstas eleições indiretas. Na verdade, eu não sei o que poderia ser pior”.
Jéssica Mendes – Estudante
“Acho que somente pelos indícios, ele não deve ser afastado. Porque, pelo o que eu tenho observado, as denúncias ainda não foram provadas, de fato. Se, por acaso, ele for afastado, sou pelas eleições diretas. Se isso acontecer, torço para que os brasileiros façam a escolha certa”.
José Alves – Aposentado
“Eu acho que sim, que ele tem que ser afastado. É muito ruim ter uma pessoa no poder em quem você vai ficar desconfiando, sempre. Se ele for afastado, acredito que o melhor que seja permitido que a gente vote por eleições diretas, não por aqueles que estão lá”.
Leila Gomes Araújo – Ambulante
“Eu acredito que ele tem que ser afastado. Não só por isso, mas por outras coisas que ele tem feito que eu não julgo corretas. Se dependesse de mim, eu o tiraria agora mesmo. Na minha escala de preferência estão o governo Lula e depois o da Dilma. O do Temer está sendo o pior, então, que ele seja afastado. Se ele for afastado, realmente, sou pelas eleições diretas porque eu acredito que é o povo que tem que escolher um presidente, não os congressistas, cujo quais sua maioria não tem credibilidade para tal”.
Maria da Penha Otoni – Artesã
“Ele tem que ser afastado, sim, porque está tão complicado. A gente pensa que eles estão no poder para ajudar, mas o que está acontecendo é só uma ajuda própria. Cada dia que passa, nossa vida está ficando pior. O dinheiro sumiu, por exemplo. Se acontecer dele sair, mesmo, é muito importante que a população possa votar e apostar em outro nome. Eu prefiro votar”.
Maysa Faria – Nutricionista
“Ele tem, sim, que ser afastado. Porque há indícios fortes de que o presidente Michel Temer cometeu crime de responsabilidade. Ele não tem a dignidade e honra para continuar assumindo um cargo tão importante. Agora se ele for realmente afastado, deveria ser eleições diretas porque temos o direito de escolha, apesar de estarmos num beco sem saída em relação à política brasileira. Estamos sem opções e os que estão lá dentro, a maioria está envolvida nesses escândalos. O que eu desejo é que a população tenha o bom senso nas próximas escolhas”.
Michael Renner Silva – Estudante
“Eu acredito que devido a esses escândalos que configuram mentiras para os brasileiros, que acabam favorecendo somente o bolso dele [do Temer], eu acho errado. Então, ele tem que ser afastado. No caso disso acontecer, creio que quem tem que escolher o novo presidente é a população através do voto direto. Nós que estamos de fora do meio político somos capacitados para tal”.
Nice Crispim – Comerciante
“No momento, acho que ele não tem que ser afastado. Tirar ele neste momento de crise seria pior para o Brasil. Ano que vem ele sai de qualquer jeito. Agora, em caso dele ser afastado, eu prefiro que o processo para a escolha de um novo presidente seja por eleições diretas. É importante que as pessoas avaliem nomes para que seja escolhida uma pessoa realmente capaz para governar o nosso país. Precisamos de uma pessoa de caráter, principalmente”.
Pedro Inácio Rodrigues – Taxista
“Do jeito que as coisas estão caminhando eu acredito, sim, que ele tem que ser afastado. É muito triste ver que mesmo na situação que o país está, mais um escândalo desses venha à tona para nos prejudicar mais. Se ele realmente for afastado, acredito que, pela pouca duração do mandato até às eleições de 2018, o novo(a) presidente deve ser escolhido de forma indireta”.
Rafael Oliveira Faria – Estudante universitário
“Ele tem que ser afastado, sim, porque além dele estar sendo acusado, não tem muita aprovação da população por conta de estar envolvido não só nesse, mas em outros casos de corrupção. Agora, para a escolha de um novo presidente, a melhor opção é que seja de forma direta, só que vai contra a Constituição. Mas se for de forma indireta, talvez continue do mesmo jeito: um governo sem respaldo da população”.
Rhebecca Rayane Gomes – Estudante
“Acredito, sim, que ele tem que ser afastado. Esses gestos são demonstração da não valorização dos brasileiros, ele não deveria estar envolvido nisso, então. Se ele cair, o novo presidente deve ser escolhido da forma direta, com certeza. A escolha tem que ser, sempre, da maioria. No caso, dos brasileiros e não dos deputados que lá estão.”
