MOSCOU – A América do Norte sediará a Copa do Mundo de 2026 depois que as associações nacionais vinculadas à Fifa optaram pela certeza financeira e logística de uma candidatura liderada pelos Estados Unidos,após uma arriscada proposta marroquina para o primeiro torneio de 48 equipes.
A final do futebol voltará aos EUA pela primeira vez desde 1994, depois de ganhar 134 votos, enquanto o Marrocos conseguiu 65 no Congresso da FIFA, em Moscou, na quarta-feira. A votação pelas federações de futebol foi pública, em contraste com o sigilo em torno das cédulas para escolher os anfitriões de 2018 e 2022, Rússia e Catar.
Os EUA propuseram a realização de 60 dos 80 jogos em 2026, quando 16 equipes serão adicionadas às finais, deixando o Canadá e o México com dez partidas cada. Os EUA deverão receber todos os jogos das quartas-de-final em diante.
A final do futebol voltará aos EUA pela primeira vez desde 1994, que obteve 134 votos, enquanto o Marrocos teve 65 votos no Congresso da FIFA, em Moscou, realizado nesta quarta-feira (13).
Uma promessa otimista de obtenção de $ 14 bilhões em receita ajudou a influenciar os eleitores, juntamente com o fato de não haver necessidade de grandes obras nos 16 estádios onde as partidas serão realizadas, os quais já existem.
Por outro lado, o Marrocos não apresentou a segurança necessária como anfitrião em potencial, já que todos os 14 estádios teriam que ser construídos ou reformados como parte de um investimento de US $ 16 bilhões em nova infraestrutura. A votação deixa Marrocos em um quinto fracasso na votação para sediar a Copa do Mundo, com o único torneio do continente tendo sido realizado em 2010, na África do Sul.
Enquanto o retorno combinado dos ingressos e hospitalidade do Marrocos seriam $ 1,07 bilhão, de acordo com a análise da Fifa, a América do Norte geraria uma receita adicional de US $ 2 bilhões.
Canadá e México
O Canadá sediará pela primeira vez os jogos masculinos da Copa do Mundo, enquanto o México experimenta pela primeira vez o evento desde que foi sede do evento em 1986.
A final será realizada no estádio MetLife, com capacidade para 87.000 pessoas, que fica em New Jersey. O local está apenas a alguns quilômetros de onde os promotores federais lideraram uma investigação em andamento sobre a corrupção na Fifa. Mais de 40 oficiais de futebol e empresas foram indiciados, condenados ou se declararam culpados.
O escândalo de suborno colocou o órgão à beira de uma crise, disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino, aos presentes no Congresso antes da votação de quarta-feira.
“A FIFA estava clinicamente morta como organização”, disse Infantino, refletindo sobre sua eleição em 2016. “Dois anos depois, a FIFA está viva e bem, cheia de alegria e paixão e com uma visão de futuro.”
A vitória norte-americana sugere que as autoridades do futebol estão prontas para se reunir para uma Copa do Mundo em um país cujo governo demonstrou sua disposição em prender líderes esportivos corruptos por meio de investigações secretas.
Trump
A escolha da sede na América do Norte também teve que superar as preocupações sobre o impacto das políticas do governo Trump, incluindo tentativas de implementar a proibição de viagens por residentes de seis países de maioria muçulmana.
A principal intervenção do presidente Donald Trump foi um aviso em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, discutindo a votação da Fifa, de que ele estaria “observando de perto”. Foi uma ameaça velada de reter o apoio dos EUA a países que se opõem à proposta.
A Fifa agora tem a palavra final sobre quais cidades são selecionadas para sediar jogos e se os três países terão um lugar garantido no torneio. Victor Montagliani, o canadense que lidera a CONCACAF, quer que o Canadá assuma três das seis vagas de qualificação reservadas para a região.
Há também a chance de enviar uma sétima equipe através de um playoff inter-continental. A América do Norte sediará o torneio de playoffs de seis equipes em novembro de 2025 para decidir os dois últimos lugares da equipe de 48 equipes.
Com informações da Associated Press