Exame toxicológico pode ser a chave para elucidação do caso Edmar/Elson

Desde o final de abril, familiares e amigos de Elson de Abreu e Edmar Almeida se questionam sobre o que teria ocorrido com os dois empresários anapolinos, encontrados mortos às margens do lago Corumbá IV em 24 de abril e 4 de maio últimos, respectivamente.

Com exclusividade, o portal A Voz de Anápolis teve acesso a informações sobre o exame toxicológico feito no corpo de Elson de Abreu, que teria indicado a presença de uma substância química. A fonte ouvida, que não quis se identificar, não soube dizer qual é esta substância, mas indicou que o empresário pode ter consumido algum tipo de entorpecente ou álcool no dia de sua morte.

Esta informação reforça a tese de crime passional, uma das linhas de investigação levadas em consideração pela Polícia Civil. A justiça de Silvânia está responsável pelo caso, enquanto um juiz titular não é definido. As investigações correm em segredo enquanto esta definição não é feita.

A explicação para um suposto crime passional está na versão admitida pela Polícia Civil de que os dois empresários poderiam estar embriagados no momento em que Elson morreu. Uma suposta briga entre eles, que teria sido motivada por questões passionais, poderia ter levado ao fim trágico das duas vítimas.

No dia 4 de maio de 2017, Edmar foi encontrado morto a aproximadamente 10 quilômetros de onde o corpo de Elson estava, na região de Silvânia. É exatamente nesse ponto que permanece a dúvida: por que a segunda vítima foi encontrada tão distante de Elson? Para alguns delegados ouvidos pelo portal, existe a possibilidade de que Edmar teria matado Elson, em Águas Lindas e, tomado pela culpa por ter assassinado seu companheiro, haveria saído do local do crime em direção desconhecida.

Por esta tese, Edmar pode ter morrido afogado, já que não sabia nadar. Até mesmo a hipótese de suicídio é aventada. Outra tese, que perdeu força após o exame toxicológico em Elson de Abreu, é de que esta vítima teria morrido afogada após tomar uma pancada na cabeça. Quem defende esta hipótese acredita que houve um assalto aos dois empresários. Os assaltantes teriam matado Elson e levado Edmar Almeida mata adentro. Após uma longa caminhada, os criminosos teriam jogado a segunda vítima na água, sabendo que ele não conseguia nadar.

Na parte borrada, o corpo de Elson quando foi encontrado

Esta possibilidade cai por terra pelo fato de que todos os objetos, de acordo com a fonte ouvida, tanto os de Elson quanto de Edmar, permaneceram intactos na lancha, em Águas Lindas. Um latrocínio está, conforme a fonte policial ouvida, cada vez mais longe de ser a causa da morte dos dois.

Informações dos peritos que estiveram no local da morte de Elson e as imagens de seu corpo veiculadas na internet revelam que, no momento em que foi encontrado, mais da metade do seu corpo estava fora da água, dando a clara impressão de que alguém teria deixado a vítima naquela posição. E mesmo que Edmar tivesse morrido no mesmo local, a correnteza da água não é forte o suficiente naquela área para tê-lo arrastado por sete quilômetros. Seu corpo foi encontrado na região de Silvânia.

As famílias e os amigos de Elson e Edmar não aceitam a hipótese de que uma briga entre eles teria causado a morte dos dois empresários. Queridos pela comunidade anapolina que frequentava o Restaurante Vesúvio, eles não esboçavam um conflito no relacionamento que poderia levar ao fim trágico, noticiado por veículos de comunicação no Estado de Goiás.

Ainda incipiente, a tese de que uma terceira pessoa com interesse no patrimônio financeiro – talvez um sócio dos dois – poderia ter matado Elson e Edmar na beira do lago Corumbá IV. Ainda não e possível verificar a veracidade desta hipótese, já que informações bancárias, ligações telefônicas e envios de mensagens ainda não foram tornados públicos. Ainda não se sabe, de acordo com a Polícia Civil, se os dois sofreram ameaças dias ou até mesmo meses antes de morrer.

Segredo

Vários questionamentos estão sem resposta, primeiro pelo segredo de justiça estabelecido. Um conflito de competência foi instaurado, ou seja, não existe um juiz responsável pelo caso. Apenas se sabe que a Justiça de Silvânia ficou responsável por determinar à Polícia Civil a coleta de mais provas, enquanto não se define a competência.

O desembargador Ivo Fávaro, do TJGO, responsável por julgar o conflito de competência no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, ainda não elegeu um juiz competente para assumir o caso. Enquanto esta decisão não vem, as famílias seguem sem uma resposta.

Notícias Relacionadas