Exclusivo: IML libera avaliação preliminar sobre morte de Edmar Almeida. Delegado “declina” do caso

Sem marcas de violência, dentes preservados e nada que indique uma pessoa que resistiu à ação de um terceiro em seus últimos momentos de vida. Desta maneira, o médico legista do IML de Anápolis, apresentou uma descrição antecipada ao portal A Voz de Anápolis sobre as condições em que recebeu o corpo de Edmar Almeida, encontrado na quinta-feira passada (04) morto no município de Silvânia.

O enterro de Edmar foi na sexta-feira (05), quando o irmão, Romeu Almeida, informou que o IML havia dito à família que a morte havia ocorrido de três a cinco dias antes. Nesta segunda-feira (08), o médico legista Rodrigo Barreto afirmou que “aparentemente”, esta tese é verdadeira. Ele informa que na sexta-feira (12), vai “tentar” concluir a perícia e emitir o laudo sobre a morte de Edmar Almeida.

Isso porque o estado de decomposição em que se encontrava o corpo será um elemento que tornará o trabalho do legista mais difícil. Ele afirmou que está “discutindo com colegas de Goiânia” o caso. Uma força conjunta irá analisar nesta semana os dados coletados para que seja oferecida à Polícia Civil pistas a respeito do que ocorreu duas semanas atrás no Corumbá IV, quando Elson morreu, e aproximadamente uma semana atrás, quando, de acordo com o IML de Anápolis, Edmar Almeida teria morrido.

Algumas perguntas ficaram ainda sem respostas e nem mesmo o médico legista soube explicar. Imagens cedidas por autoridades às quais A Voz de Anápolis teve acesso no dia em que encontraram o corpo de Edmar Almeida mostram que a camisa de Edmar estaria suja de algo que parecia sangue. Quando questionado, o médico Rodrigo Barreto foi categórico: “ele chegou aqui sem as roupas”. A carteira, bermuda, calçados e demais objetos também não foram avaliados durante a perícia.

Edmar teria lutado pela vida, alguém o estaria perseguindo? Existe algum sinal que indique cansaço, fadiga ou mesmo algum vestígio que indicasse sua última refeição? Rodrigo Barreto afirma que é “impossível” saber estes detalhes, pelo estágio avançado de decomposição. Uma terceira pessoa estaria ali no momento da morte? Perguntas que continuam trazendo angústia para a família e para a comunidade anapolina. Ambos, Edmar e Elson, eram bem vistos, tanto por familiares, amigos quanto por funcionários.

Um dos trabalhadores do Vesúvio, bar e restaurante no qual eram sócios, destacou que eles eram bons patrões e respeitavam seus encarregados. Mas tudo isso, as lembranças, aquilo que eles representaram, não trazem luz aos inúmeros questionamentos que são feitos e crescem a cada dia.

Delegado “declina” do caso

Até esta segunda-feira (08), as investigações sobre a morte de Edmar Almeida e Elson de Abreu estavam a cargo do delegado Rodrigo Mendes, titular da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil do Estado de Goiás – 5ª DRP. “Declinei”, informou. Conforme pontuou, em seu lugar, assumiria o caso o Delegado Regional da 3ª Delegacia Regional de Polícia em Anápolis, Fábio Vilela.

A mudança ocorreria porque o corpo de Edmar Almeida teria sido achado em Santo Antônio do Descoberto, área de atuação da Polícia Civil em Anápolis. E também pelo fato de as famílias de Elson e Edmar estarem concentradas na cidade, questão geográfica que poderia facilitar os trabalhos das autoridades policiais.

Fábio Vilela, por sua vez, indicou que não será o responsável pelas investigações. “De fato (o delegado Rodrigo Mendes) declinou. Chegou o procedimento na Regional e nós estamos juntando alguma documentação que foi produzida aqui no GIH (Grupo de Investigação de Homicídios de Anápolis) e pelo delegado de Silvânia e provavelmente, em virtude da dinâmica dos fatos, quem vai presidir isso vai ser o delegado de Silvânia”, afirmou. Leonardo Barbosa Sanches é o titular na cidade.

Vilela disse que nesta terça-feira (10) terá uma resposta sobre o nome do delegado que irá conduzir as investigações. Ele foi questionado sobre que “dinâmica dos fatos” seriam investigadas, mas ele preferiu não responder. “Somente o delegado-presidente das investigações para poder dizer isso, doutor Leonardo”, pontuou.

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