Gestão Naves mantém decisão de retirar direitos dos professores e se recusa a receber categoria

Prefeito, que sinalizou diálogo, não cumpriu promessa de se reunir com professores e o sindicato para tratar retirada da regência: Sindicato afirmar sofrer “caça às bruxas” do Executivo Municipal.

Felipe Homsi

Se existe algo com o qual a gestão Naves se identifica é a coerência. Sim, o prefeito municipal tem sido coerente com aquilo em que mais acredita desde que chegou à Prefeitura: corte de gastos e, consequentemente, de direitos. O Executivo corta direitos ao eliminar, sem explicação, programas esportivos, culturais, científicos e educacionais, que atendiam aos cidadãos com qualidade. Muitos destes projetos se tornaram referência nacional.

Com a mesma coerência, Roberto Naves retirou vários direitos dos servidores públicos municipais, conquistados a duras lutas. Gratificações, horas extras, titularidade são alguns exemplos de garantias que já não fazem parte do vocabulário, e do salário, dos servidores locais. Recentemente, para abrilhantar e fazer reluzir seu ímpeto por fazer o “novo”, Roberto Naves decidiu cortar na carne, não da sua gestão, mas dos professores.

E foi assim que, com base na sua interpretação e de sua equipe, que o prefeito retirou de alguns docentes o direito à regência – 10% pago a mais sobre o salário para professores que atuam em sala de aula. Foram prejudicados os coordenadores pedagógicos e técnicos, professores que realizam atendimento especializado a alunos especiais e os professores readaptados, estes últimos com deficiências físicas ou incapacidades que não lhes permite realizar todas as tarefas.

O Sindicato analisou dois pareceres da Procuradoria do Município e entregou uma “contra argumentação” em defesa dos professores. Conforme a presidente do Sindicato dos Professores da Rede Municipal, Márcia Abdala, após inúmeras tentativas de se reunir com Roberto Naves, a Procuradoria não teve outra opção a não ser entregar o documento diretamente na Prefeitura, sem passar pelo gestor

“Foram enrolando a gente”, destacou. Conforme indicou, Naves “não tem intenção” de reverter a situação em favor dos profissionais da Educação e alegou que o gestor municipal promove uma verdadeira “caça às bruxas” aos servidores da Educação e, em especial, aos professores. Ela entende que o melhor caminho é o diálogo, já que uma tentativa de levar o caso à Justiça pode levar anos até que uma solução venha.

A sindicalista Marcia Abdalla, sobre o prefeito Roberto Naves: “Foi enrolando a gente”; “Ele tem uma ideia e quando a gente vê já está acontecendo, sem diálogo”, diz.

Apesar de entender que a categoria não está de “mãos atadas”, Marcia Abdala afirma que a atitude de Roberto Naves “dificulta bastante o processo”. Ela reclama ainda da maneira intransigente com que o prefeito trata os interesses dos professores. “Quando ele lança uma ideia, ele fala e de repente o negócio está acontecendo”, ressalta. “Você fica até com medo de ir para uma reunião, porque se ele lançar uma ideia… é porque o negócio já está pensado faz tempo”, pontua ainda. O sindicato deve se posicionar sobre um questionamento na Justiça, agora, com a suspensão do diálogo do Executivo Municipal com os professores da rede municipal de Educação.

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