Leites especiais e nutrição de alto custo deverão faltar por 60 dias na Rede Pública em Anápolis

Quem depende do município para receber alimentação especializada poderá ter uma surpresa quando recorrer à Unidade de Nutrição Especializada e Vigilância Alimentar do município.

Isto porque o processo licitatório para a compra de novos produtos ainda não ocorreu desde o início da gestão de Roberto Naves.  A expectativa, de acordo com informações do serviço nutricional, é que o abastecimento seja regularizado em 60 dias.

Pessoas que procuraram o serviço já neste mês de agosto deram falta de alguns produtos, como o Pregomin, usado por crianças que possuem alergia à lactose e precisam de um tipo de leite especial.

Conforme explicou a nutricionista Suelma Rodrigues Batista, que coordena a Unidade de Nutrição Especializada e Vigilância Alimentar, este produto, como tantos outros, “atrasou” e em alguns casos é preciso substituí-lo por outro tipo de alimentação.

O valor dos produtos que serão adquiridos pela Prefeitura através de processo licitatório chega a aproximadamente R$ 6 milhões. A Secretaria de Saúde, por meio de sua Assessoria de Imprensa, explicou como será o certame: “Temos um pregão em aberto que será publicado ainda esta semana… dentro dos trâmites legais. Até o fim do mês será normalizado o fornecimento do Pregomin”.

Apesar da explicação oficial, fontes da própria Secretaria informaram que a ideia inicial da Prefeitura era interromper este tipo de serviço prestado aos cidadãos, prejudicando as quase 380 pessoas que fazem uso da unidade nutricional local para conseguirem obter a alimentação especialidade.

As fórmulas infantis de alto custo, a nutrição enteral – feita por sondas ou oralmente, alimentos especiais para pacientes com bolsas gástricas (gastrostomia) e demais produtos inacessíveis para a população carente estão entre os produtos oferecidos pela Prefeitura atualmente. Com o desabastecimento, pacientes poderão sofrer as consequências de uma alimentação inadequada, conforme explica a nutricionista Suelma Rodrigues Batista.

“No caso de crianças. Se é uma criança que já tem uma alimentação concomitante com o leite (especial), ela vai ter uma perda de peso”, exemplificou. No caso de pacientes que tiveram Acidentes Vasculares Cerebrais e que precisam de alimentação especial, o quadro poderá se agravar para Pneumonia ou outras doenças, caso não tenham a nutrição adequada. Fora esses casos, crianças obesas e desnutridas poderão ter uma piora.

No caso da alimentação para adultos, falta aproximadamente 80% dos produtos. Para a nutrição infantil, a falta chega a 20%.

“Estamos fazendo o que podemos”, desabafou a profissional, que tem buscado maneiras para atender a todos os que procuram a unidade. Conforme pontuou, apesar dos esforços de toda a equipe, o grupo que trabalha no serviço nutricional já tem explicado ao público a situação. “A gente diz não com uma dor no coração tão grande”, lamentou.

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