Levantamento de jornal aponta que 68% dos deputados goianos já mudaram de partido desde 2010

Na última sexta-feira (13) foi encerrado o prazo para que os partidos entregassem à Justiça eleitoral as listas de filiações feitas durante os 30 dias de janela partidária. Levantamento feito pelo Jornal O Popular aponta, após a consolidação dos dados, que 68,3% dos deputados estaduais da atual legislatura trocaram de partido ao menos uma vez desde 2010.

As informações foram coletadas junto ao Tribunal Superior Eleitoral e revelam que 28 dos 41 parlamentares com assento na Assembleia Legislativa já mudaram de legenda nos últimos oito anos, sendo que três estiveram filiados em mais de três siglas: Carlos Antonio (PTB), Diego Sorgatto (PSDB) e Dr. Antonio (DEM).

O deputado que trocou de partido mais vezes foi Dr. Antonio, que em oito anos se filiou a seis partidos diferentes. O segundo deputado estadual que mais trocou de partido é Diego Sorgatto, que neste ano voltou ao PSDB, partido ao qual pertencia em 2010, quando ainda era vereador em Luziânia. Deputado por Anápolis, o terceiro que mais trocou de legenda é Carlos Antonio, que trocou o PSDB pelo PTB neste ano, visando o apoio do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PTB) à sua candidatura à reeleição. Também pertenceu a PSC e SD. Ficou seis anos no primeiro e três no segundo.

Câmara

Na Câmara Federal, apenas quatro dos 17 deputados em exercício de mandato atualmente trocaram de partido entre 2010 e este ano, sendo dois a mudarem mais de uma vez: Heuler Cruvinel, agora no PP; e Waldir Soares, o Delegado Waldir, recém-filiado ao PSL. Cruvinel explica que foi eleito pelo DEM em 2010 e que mudou de casa porque não teve “espaço com Ronaldo Caiado.” “Com a criação do PSD, me filiei e fui eleito em 2014 pelo partido. Cumpri o mandato no PSD.”

Para ele, o período de janela partidária é justamente para “fazer mudanças partidárias visando a disputa das eleições deste ano, a fim de exercer o mandato nos próximos quatro.” “Então, fiz a opção e saí sem mágoas do PSD”, argumenta.

Waldir Soares, por sua vez, conta que deixou o PSDB e, depois, o PR por divergências com os dirigentes: com o governador Marconi Perillo (PSDB) à época da eleição municipal de Goiânia; e com Magda Mofatto, devido a sua retirada da Comissão de Constituição e Justiça, quando iria votar a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer (MDB) e o PR era favorável ao emedebista. “Entre a fidelidade partidária e a com meus eleitores, fico com os eleitores”, diz.

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