Mais da metade dos venezuelanos que entraram no Brasil por RR desde 2017 já deixaram o país, diz ministro

Mais da metade dos quase 128 mil venezuelanos que entraram no Brasil nos últimos 18 meses pela fronteira de Pacaraima (RR), principal porta de entrada para os moradores do país vizinho, deixaram o país. Uma parte deles, 31,5 mil, voltou para a Venezuela pelo mesmo caminho, e os outros 37,4 mil saíram do país de avião ou por outras fronteiras terrestres.

Os dados são da Polícia Federal e foram divulgados pelo ministro da Casa Civil Eliseu Padilha em seu perfil oficial no Facebook na noite de segunda-feira (16).

Entre 2017 e junho deste ano, 127.778 venezuelanos cruzaram a fronteira por Pacaraima, que fica a 215 km da capital Boa Vista. Destes, 68.968, ou 54%, deixaram o país – 47.855 mil por via terrestre e 21.113 por via aérea em voos internacionais.

Segundo o ministro, as principais fronteiras terrestres escolhidas para a saída do Brasil foram:

  • 66% – Pacaraima, na fronteira com a Venezuela
  • 15% – Foz do Iguaçu, no Paraná, onde há fronteira com Paraguai e Argentina
  • 6% – Guajará-Mirim, em Rondônia, fronteira com a Bolívia
  • 6% – Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina
  • 7% – Outras localidades

Já por via aérea, as principais rotas de saída do Brasil usadas pelos venezuelanos foram os aeroportos de Guarulhos (58%), Manaus (15%), Brasília (13%) e Galeão (11%). A PF não informou os destinos desse grupo.

Um estudo divulgado em abril pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) mostrou que a maioria dos venezuelanos que entram no Brasil por Roraima é homem, tem 25 e 49 anos e mais da metade quer seguir para o Sul do continente, especialmente para a Argentina e o Chile.

Pedidos de refúgio

Padilha também divulgou dados sobre o número de venezuelanos de refúgio. Desde o início da onda de imigração venezuelana, em 2015, até junho deste ano, 56,7 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal para solicitar refúgio (35,5 mil) ou residência no Brasil (11,1 mil). Outros 10,1 mil agendaram atendimento, sendo que 5,9 mil não retornaram.

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