Mercado Anapolino: Preços dos imóveis caem, enquanto vendas crescem

Dados da Associação das Imobiliárias apontam que os preços de venda e de aluguel na cidade tiveram queda de 30% em relação ao ano passado; já as vendas subiram 30% no mesmo período

Felipe Homsi

Crises econômicas podem deixar rastros negativos no mercado e alguns problemas permanecem após a turbulência. Em Anápolis, o setor imobiliário já vislumbra um novo horizonte, com a ampliação da venda de imóveis em 30%, comparando-se com 2016. Apesar do ânimo de investidores e construtores, um lado negativo permanece: os preços de alugueis e o valor dos imóveis à venda caíram na mesma proporção, ou seja, estão depreciados em 30%.

Os imóveis construídos com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida, até R$ 165 mil, estão na preferência dos consumidores em Anápolis, pelo baixo valor e condições melhores de pagamento. “Tudo o que se faz vende”, destaca o presidente da Associação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), Frederico Antônio Bastos Godoy. Para se ter uma ideia, no último Feirão da Caixa foram comercializados R$ 120 milhões, 20% a mais do que no ano passado. A partir deste valor, o mercado imobiliário esbarra nas dificuldades naturais de um período de recessão.

Frederico Godoy, da Associação das Imobiliárias de Anápolis, acredita que a crise no setor está passando

Novas regras para a construção civil também dificultam a vida de quem quer construir. Conforme explicou o presidente da AIA, Frederico Godoy, é preciso criar uma pessoa jurídica para construir imóveis que serão vendidos. Esta medida fez com que muitos construtores, desanimados pelas altas taxas cobradas e pelas burocracias estabelecidas com as novas regras, desistam de empreender. Apesar do quadro, Godoy não entende que esta seja uma realidade negativa.

“Eles têm que se profissionalizar”, afirma sobre as novas exigências de mercado e jurídicas para quem quer empreender em Anápolis e no Brasil dentro do ramo da construção.

Preferência

Informações da AIA ainda apontam que o anapolino, ao escolher seu imóvel com valor acima de R$ 165 mil, ainda prefere casas em condomínios fechados ou casas. Casas em ruas são pouco procuradas pelos compradores, que buscam segurança nas quatro paredes do residenciais horizontais.

Para as construtoras, Frederico Antônio Bastos Godoy, presidente da AIA aconselha investir em imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida. A preços mais baixos, estes produtos são mais atrativos para o consumidor neste período de saída da crise. Conforme explicou Frederico, há aproximadamente dois anos as construtoras pararam de investir em novos empreendimentos de grande porte e somente agora estão tirando do papel projetos que estavam na gaveta. O melhor é não arriscar com obras vultosas, indica.

 Momento

As construtoras ainda estão tímidas e temerosas em investir em novos empreendimentos. A tendência é que comecem com o Programa Minha Casa, Minha Vida e partam para outros investimentos somente quando a crise passar de vez. As empresas que ainda possuem imóveis não vendidos de obras que começaram antes da crise estão apostando em estratégias para vender o que sobrou, como a criação de planos de financiamento próprios e redução do valor de entrada.

Setor imobiliário tem dificuldades na venda e aluguel de imóveis caros, o que fez os preços caírem 30%

Frederico Godoy, da Associação das Imobiliárias de Anápolis, é otimista e enxerga que o mercado anapolino voltou ao patamar de normalidade, já que o momento do “boom” no setor, no período de alta do setor, foi algo atípico. “O mercado voltou ao que era. Antes estava fora da normalidade. Agora voltou à realidade. No mercado antes, tudo o que se fazia se vendia, o lotes todos caros. Agora voltou à normalidade”, explica. Há aproximadamente cinco anos, conforme explicou, uma construtora vendia até 75% dos imóveis disponíveis na planta, o que não ocorre no cenário atual. No atual cenário, o melhor é não arriscar demais.

E para quem vai comprar? Godoy dá a dica para a pessoa que vai investir em imóveis. Se o dinheiro está na mão, o melhor pode ser esperar para fazer um bom negócio: “Hoje em dia a mercadoria mais poderosa que tem no mercado se chama dinheiro, dinheiro vivo. Quem tem isso aí, faz bom negócio”.

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