Moradores de prédio que desabou recebem apoio da população em acampamento ao redor do edifício

Pelo menos 150 pessoas passaram a noite no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, após o desabamento do antigo prédio da Polícia Federal que funcionava como ocupação. Entre os acampados há tanto moradores do edifício como moradores em situação de rua.

Ao longo da madrugada, uma equipe da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social ficou no local para cadastrar e encaminhar aqueles que manifestassem interesse em ir para abrigos. Vans chegaram e saíram ao longo da madrugada com antigos moradores e pessoas em situação de rua.

Os Bombeiros trabalham com uma estimativa de 44 pessoas ainda não localizadas pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Representantes da secretaria que estão no local aguardam cruzamento de informações com a Secretaria da Habitação para obter dados mais concretos. Um novo balanço deve ser divulgado no período da manhã.

Segundo o Corpo de Bombeiros, atualmente 75 agentes trabalham nos escombros do prédio, em três frentes: busca e salvamento, continuidade do rescaldo e liberação de vias no entorno, para que a Eletropaulo possa desligar a rede elétrica do edifício.

SOLIDARIEDADE

Por volta das 3h, cinco pessoas de uma hamburgueria da região do M’Boi Mirim (zona sul) distribuíram 170 sanduíches para as pessoas que estão na praça.

“Vimos as pessoas na praça por meio da mídia e resolvemos ajudar de alguma forma”, comentou Caroline Gomes, que é proprietária da lanchonete com o marido, Dagoberto Freire. “Fazemos o que está ao nosso alcance”, comentou.

O ator congolês Tresor Muteba, que já viveu em ocupações, articula uma intervenção teatral no largo do Paissandu como forma de mostrar apoio e homenagear os moradores do prédio que desabou, tanto brasileiros como migrantes internacionais.

“Há migrantes e brasileiros vivem em ocupações. O que aconteceu aqui foi muito forte e não conseguíamos ajudar. Quero homenagear essas pessoas. E muitos migrantes são acolhidos primeiramente pelas ocupações”.

Em torno de 25% dos moradores da ocupação eram de outras nacionalidades – Bolívia, Peru, Nigéria, Haiti, República Democrática do Congo e Filipinas, segundo moradores e pessoas que conheciam a ocupação.

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