Morte de um dos agentes prisionais em Anápolis custou R$ 20 mil, afirma Polícia Civil

Para matar o agente prisional Eduardo Barbosa dos Santos, morto a tiros no dia 2 de janeiro deste ano, foi pago o valor de R$ 20 mil. A informação foi repassada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (8), durante coletiva de imprensa realizada na 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Anápolis.

Delegados envolvidos na força-tarefa da Operação Manchester, que investiga as mortes de Eduardo Barbosa e Ednaldo Monteiro, informaram ainda que a execução dos agentes partiu da ala C do presídio de Anápolis. Pedro Henrique Silva (Pedrinho) e Anderson Diego contrataram Bruno César de Oliveira, vulgo “Gueroba”, e Wellington dos Santos Fernandes Miranda, chamado de “satanás”, para cometerem o crime.

Eles receberam uma pistola 9 mm e um veículo Space Fox clonado no dia do assassinado de Eduardo. Eles esperaram a vítima no lado de fora do presídio. Quando o agente seguiu para sua casa, no final de seu expediente, foram disparados 24 tiros contra ele. Após este fato, a foto de Bruno César de Oliveira passou a ser divulgada em grupos de Whatsapp como um dos principais suspeitos do crime.

Bruno foi encontrado morto no dia 6 de fevereiro em um matagal. De acordo com a Polícia Civil, o homicídio foi uma “queima de arquivo”, já que Gueroba “sabia demais” sobre as mortes dos agentes, por ter participado diretamente nas execuções. A esposa de Anderson Diogo também foi presa por acobertar Bruno e Wellington. E no dia 6 de janeiro, Lucas Machado Nascimento, já preso, teve mandado de prisão cumprida por envolvimento na morte de Eduardo.

“A ordem era para matar dois policiais militares”, detalhou a delegada Aline Vilela sobre a intenção do grupo que, a partir do presídio, encomendou a execução dos agentes prisionais. Ela informou ainda que, por questões logísticas, os mandantes dos crimes não conseguiram matar os policiais militares e fizeram uma “escolha aleatória” pelo agente Eduardo.

Ela informou ainda que o plano do grupo que coordenou as matanças era matar várias autoridades e agentes que estão envolvidos nas ações de reforço da segurança e de fiscalização nos presídios. Estas medidas passaram a ser tomadas depois do colapso do sistema prisional desde o início do ano, com fugas, mortes e rebeliões em diversas unidades prisionais do Estado.

Bruno César e Wellington haviam executado ainda Kleber Sousa Vitorino. A execução ocorreu em um lava jato no dia 27 de dezembro de 2017, também a mando de Pedrinho. A Polícia informa ainda que há “fortes indícios” de que Pedrinho teria mandado matar Fábio Vieira Silveira. As investigações da Operação Manchester continuarão ainda por 30 dias, para análise do material apreendido durante o cumprimento dos mandados.

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