Motorista cadastrado como Uber teria cometido estupros e roubos, diz polícia

A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) apresentou, na manhã desta segunda-feira, 30, o motorista suspeito de cometer pelo menos dois estupros, uma tentativa e dois roubos em Goiânia nos últimos meses. Segundo Ana Elisa Gomes, titular da Deam, Alexandre Rodrigues de Sousa, de 41 anos, apanhava as vítimas na rua e utilizava arma de choque para cometer os abusos.

Em coletiva de imprensa, a delegada detalhou a dinâmica de atuação do estuprador, que era cadastrado no serviço de transporte individual de passageiros Uber. Todos os crimes foram cometidos fora do aplicativo, informou.

Casos

“Ele ficava nas proximidades de festas tentando abordar mulheres. O primeiro caso aconteceu durante o Show da Virada, quando uma jovem de 20 anos saiu mais cedo da festa e pediram um Uber para ela para pagamento em dinheiro. Como não prestou atenção no carro, acabou entrando no de Alexandre Rodrigues de Sousa. No meio da rota, o suspeito mudou o percurso, atingiu-a com a arma de choque na virilha e a violentou dentro do carro”, explicou.

O segundo caso ocorreu durante a madrugada, quando duas mulheres estavam na porta de uma festa e foram abordadas pelo suspeito. Uma delas, de 22 anos, aceitou negociar a corrida “por fora” e entrou no carro. Quando ele tentou avançar com a arma, ela conseguiu se esquivar e sair do veículo. Contudo, ele conseguiu ficar com a bolsa e o celular da vítima.

Já o terceiro registro foi no dia 17 de dezembro, quando duas amigas saíram de uma boate e também negociaram a viagem. O suspeito deixou a primeira em casa, mas acabou parando em um parque nas proximidades de onde mora a segunda, que tem 25 anos, feriu-a com choque e cometeu o estupro. “Depois dos crimes, Alexandre Rodrigues de Sousa deixava as vítimas na rua e levava seus pertences”, acrescentou.

Investigação

Ainda de acordo com a delegada, a investigação foi muito complexa, pois as vítimas não souberam identificar o suspeito, nem mesmo a marca do carro — que é um Ford Ka alugado. “Pelo rastreamento dos celulares roubados conseguimos chegar até o suspeito. Contudo, os retratos-falado não tinham muito a ver com quem encontramos. Além disso, ele tinha vendido alguns dos telefones na internet”, explicou.

A delegada Ana Elisa Gomes disse que a Uber não auxiliou em nada, pois alegava que não havia maneiras de comprovar que ele era realmente cadastrado e só poderia liberar informações mediante ordem judicial. Alexandre Rodrigues de Sousa foi preso na última sexta-feira, 27, e disse que só comentará as acusações na presença de sua advogada.

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