Motoristas afirmam que entregaram dinheiro para assessor do senador Ciro Nogueira, presidente do PP

Dois motoristas de uma empresa que ficou famosa por supostamente ter sido usada por alvos da Lava Jato para entregas de dinheiro em espécie relataram à Polícia Federal o transporte de valores em grande volume para o apartamento de um assessor do senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI).

Os depoimentos se deram no âmbito de inquérito que investiga supostos repasses de R$ 1,6 milhão da Odebrecht ao parlamentar nas campanhas de 2010 e 2014, quando ele se elegeu e se reelegeu ao Senado.

Lourival Ferreira Nery Júnior, que é ex-diretor financeiro da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Piauí, foi indicado à estatal por Ciro. Ele é, desde 2014, assessor do Partido Progressista no Congresso e afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que também presta serviços ao senador.

O correligionário do parlamentar já foi conduzido coercitivamente na Operação Lava Jato em março de 2016, na Xepa, quando foi descoberto pela força-tarefa que a Odebrecht mantinha, dentro de sua estrutura, um ‘departamento de propinas’. Lourival foi um dos alvos porque, um mês antes, na Operação Acarajé, que também mirou a Odebrecht, seu nome foi encontrado em planilhas de repasses da empreiteira. Seu codinome era ‘Piqui’. A ele, eram atribuídos repasses de R$ 500 mil nos dias 13 e 14 de novembro de 2014.

Em depoimento à Polícia Federal, dois ex-motoristas da Transnacional – ou Trans-Expert – confirmaram os repasses ao assessor do parlamentar. Em fevereiro deste ano, Geraldo Pereira de Oliveira não apenas detalhou o caso como fez reconhecimento de Lourival por meio de foto que lhe foi exibida pelos investigadores. (Do Estadão)

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