Mudanças na estrutura administrativa do Estado resultam na criação de 36 cargos

O governador de Goiás, José Eliton, fez uma série de mudanças na estrutura administrativa do Estado para acomodar aliados e imprimir sua marca no governo. Foram criados 36 cargos em comissão, com um impacto mensal de R$ 472,87 mil. A recriação da Secretaria do Trabalho e a transformação do Gabinete de Assuntos Estratégicos em pasta com status de primeiro escalão foram as principais alterações.

O governo argumenta que as estimativas de impacto orçamentário foram aprovadas pela Junta de Programação Orçamentária e Financeira (Jupof) e pelo Conselho Estadual de Políticas Salariais e Recursos Humanos (Consind) do Estado. No caso da Secretaria do Trabalho, há justificativa de que parte da estrutura migra da Secretaria da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, o que amenizaria o impacto financeiro. Ainda assim, foram criados 16 cargos de chefia na pasta.

No caso do Gabinete de Assuntos Estratégicos, sob comando de Ricardo Balestreri, ex-secretário de Segurança Pública, foram criadas 19 vagas, nos três escalões, com salários de R$ 8 mil a R$ 14 mil, além de funções de assessoramento de R$ 2 mil. As leis das novas pastas foram sancionadas nos últimos dois dias. Na justificativa oficial, a Secretaria do Trabalho, que havia sido fundida com a Cidadania em 2014, dará maior agilidade às ações empreendidas nos âmbitos do trabalho e atenderá demandas do Estado.

“O crescente desenvolvimento econômico, com implantação de grandes conglomerados tanto agropecuários como industriais, está a exigir a adoção do Poder Público de medidas imediatas para a criação e expansão de cursos de capacitação, treinamento e especialização de mão-de-obra, para o atendimento da demanda do mercado e, consequentemente, promover a geração e criação de novos postos de trabalho, para absorção de toda a força de trabalho disponível”, afirma o governador na justificativa do projeto.

A criação, no entanto, tem ligação direta com o acerto de apoio do Solidariedade ao governo e à pré-candidatura à reeleição de José Eliton. O ex-deputado e ex-secretário Armando Vergílio, presidente do SDD estadual e pai do deputado federal Lucas Vergílio, deve assumir o cargo. Também pesa a indicação política na criação da Diretoria de Obras da Saneago. O Giro informou no mês passado que o cargo será assumido pelo engenheiro Ricardo Correia, aliado próximo de Eliton e que disputou como vice na chapa de Demóstenes Torres (hoje no PTB) ao governo em 2006.

A Saneago informou que o cargo substitui a Diretoria de Expansão, extinta. No entanto, a função da pasta anterior continuará sendo exercida com status de diretoria, o que significa aumento de R$ 46,6 mil, salário de diretor.

Outros dois projetos de lei em tramitação na Assembleia Legislativa representam impacto na folha de pessoal do Estado, com reajuste de jetons e de verbas de representação em conselhos e na Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). O governo alega que não há aumentos há muitos anos e, no caso da Juceg, o impacto é bancado por recursos próprios. Entre as mexidas feitas por Eliton está também a ampliação dos poderes da Superintendência de Gestão, Planejamento e Finanças da Vice-Governadoria. A estrutura foi mantida, ainda que o Estado não tenha vice-governador. A pasta tem, além do superintendente, chefe de gabinete, chefe de Comunicação Setorial e chefe de Advocacia Setorial.

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