O verdadeiro poder nas prisões brasileiras

As notícias recentes que chegam das cadeias brasileiras mostram um colapso na segurança pública. A falta de condições e a superlotação é um antigo problema que ajuda a explicar os recentes massacres, ou como diria o Presidente da República Michel Temer, um “pavoroso acidente”. Quem conhece de perto essa realidade denuncia uma guerra organizada entre as principais facções pelo controle das principais rotas de tráfico, armas e território.

Desde o início de 2017, essa guerra já vitimou mais de 110 pessoas nas cadeias brasileiras, sendo em sua maioria membros com participação ativa nas facções. Dentre os muitos grupos que existem nas prisões brasileiros, dois são bastante conhecidos, e recentemente outro ator aparece nesse cenário mostrando uma força até então desconhecida.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), é o maior grupo do crime organizado no Brasil. Tem sua base em São Paulo, mas membros espalhados em todo o território brasileiro, inclusive em países próximos, como o Paraguai e Bolívia. O maior rival do PCC, é conhecido como Comando Vermelho (CV) e tem sua origem no Rio de Janeiro. O terceiro ator, protagonista nas últimas manchetes é a Família do Norte, nascida no estado do Amazonas.

O PCC, após o assassinato de Jorge Rafaat em 2016, passou a controlar as rotas de tráfico no sul do pais, com destaque para um caminho importante na fronteira com o Paraguai. Depois desse avanço, voltou sua atenção para as regiões do norte. O Comando Vermelho que já controlava a rota ao sul, foi obrigado então a procurar uma alternativa no norte do país, e acabou por se juntar à Família do Norte, procurando um caminho diferente daquele usada pelo grupo rival.

O primeiro dos recentes eventos foi a rebelião que vitimou cerca de 60 detentos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, conhecido como COMPAJ, próximo de Manaus e teve como alvo os membros do PCC que ali estavam detidos. Atribui-se a responsabilidade das mortes à Família do Norte. Logo depois, em 6 de janeiro, 33 detentos foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima. As mortes por sua vez, teriam sido responsabilidade dos presos do Primeiro Comando da Capital, que estavam neste centro de detenção.

Contudo, em 14 de janeiro uma nova rebelião, na Penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte que apontavam para 10 mortos, mas com algumas autoridades brasileiras já assumem mais de 30 detentos sem vida. Ainda nada oficial.

Apesar do líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho estar preso desde 1999, estima-se que a facção tenha cerca de 20 mil membros ativos, e continua a crescer a cada dia em tamanho, influência e alcance.  Alcance que é demonstrado nas investigações policiais, em que são revelados outros negócios ligados a gangue como pequenos clubes de futebol, refinarias de combustível ilegais e revendas de carros.

O PCC, assim como a maioria das maiores facções do país são extremamente hierarquizadas e com regras definidas e funções especificas para cada membro.

 

 

 

 

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