Operação da PF atinge pessoas próximas ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB)

Ação é baseada na delação da empresa Hypermarcas, que confessou ter repassado propinas para integrantes da cúpula do partido

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (10) a Operação Tira-Teima que atinge pessoas ligadas ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). A ação é baseada na delação premiada de um ex-executivo da empresa Hypermarcas, que confessou ter repassado propinas para integrantes da cúpula do partido. Ao todo, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Goiânia, Fortaleza e São Paulo.

De acordo com a delação de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas, o presidente do Senado recebeu ajuda financeira de campanha quando disputou o governo do Ceará, em 2014. O ex-executivo disse que, em meio às eleições, o lobista Milton Lyra o avisou que seria procurado por um “portador de Eunício Oliveira” para ajudar financeiramente na campanha do emedebista.

O delator ainda relatou que, às vésperas das eleições de 2014, reuniu-se com um sobrinho de Eunício. Nesse encontro, ficou combinado que a Hypermarcas destinaria cinco milhões de reais à campanha do presidente do Senado. Uma parte desses recursos foi destinada a bancar ” despesas de empresas que prestavam serviços à campanha de Eunício Oliveira” por meio de “contratos fictícios”.

As empresas Confirma Comunicação e Estratégia e Campos Centro de Estudos e Pesquisa de Opinião receberam 3,35 milhões de reais. O restante foi desembolsado pela Hypermarcas a partir de uma nota fiscal emitida no valor de 1,65 milhões de reais apresentada pela Confederal, empresa de segurança privada controlada por Eunício.

O presidente do Senado nega qualquer irregularidade. “Até este momento, nenhuma empresa ou pessoa ou ligada ao senador foi abordada pela Polícia Federal”, disse a assessoria de imprensa de Eunício Oliveira. Em nota, a Hypermarcas confirma que houve buscas em seu escritório, em São Paulo, para colher “documentos relacionados à colaboração” de Nelson Mello. A companhia reitera que não se beneficiou de “quaisquer atos praticados” pelo seu ex-executivo.

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