“Organização falha e muito foguetório”, lamenta participante de todas etapas de circuito de corrida

Presente em todas as edições desde abril de 2010, o ex-jogador e atleta Dirceu Alves narra inconvenientes do último sábado que ganharam as redes sociais, a principal delas: a falta da medalha de participação

Paulo Roberto Belém

Criado em 2010, o agora já tradicional Circuito Anapolino de Corrida de Rua, foi um dos poucos programas mantidos pela atual gestão Roberto Naves. Em sua oitava edição, a primeira etapa das oito que vão ocorrer em 2017 foi realizada no último sábado, 25, na Avenida Brasil.

Mas, desta vez, ao invés de elogios, a corrida ficou marcada por duras críticas por parte dos corredores nas redes sociais. Logo após o término, alguns deles relataram a ausência de itens básicos: alimentação e a água que, segundo os relatos – acabaram no meio da prova. O arremate final, no entanto, considerado como a frustação maior, foi a falta da tradicional medalha de participação do evento.

Fora das redes sociais, quem narra os acontecimentos ocorridos é um atleta bastante conhecido de Anápolis e do Circuito Anapolino de Corrida de Rua. O ex-jogador de futebol, Dirceu Alves, confessa que tinha dúvida se o Circuito iria continuar, mas que ficou contente com a permanência. Ele, inclusive, tem uma particularidade: participou de todas as corridas realizadas em Anápolis, desde a primeira lá em abril de 2010, à última realizada no final de semana passado. Ele se diz um embaixador do evento.

Eventos

Seu Dirceu disse que desde a entrega do chip para a determinada corrida, ainda na sexta-feira, 24, ele percebeu certa desorganização. “A equipe não estava entrosada e gastei muito tempo”, disse. No sábado, dia de realização da prova, como de costume, ele chegou bem cedo ao local, por volta das 17 horas para a corrida que teria início às 19 e disse que já observou coisas erradas. “O tapete da largada era estreito, o trajeto estava mal sinalizado e as setas indicativas das curvas eram bem pequenas. O que não faltou foi foguetório”, relatou.

O atleta criticou a iluminação deficitária da avenida e disse que se sentiu inseguro em determinados pontos do percurso. Ao longo do trajeto, ele verificou, também, algumas eventualidades, citadas como inéditas para ele. “Vi pelotões de soldados da Polícia correndo, gritando, escoltados por viaturas”, criticou, complementando que no circuito também tinham corredores com cachorros e outros correndo com carrinhos de bebê. “Nunca vi isso na vida. A antiga organização era mais rigorosa quanto a isso”, afirmou.

Dirceu também narrou as reclamações das redes sociais. Ele confirmou a falta de água dizendo que foi o primeiro a notar que as pessoas que faziam a distribuição durante o percurso nas edições passadas não estavam presentes. “Eles já conheciam a logística da distribuição”, pontuou. Sobre as frutas, ele disse que só percebeu a disposição na largada e que elas não foram suficientes. Ao final, a insatisfação maior. “Fui informado de que não haveria medalha”, lamentou.

Incentivo

Mesmo com os problemas, seu Dirceu garantiu que não deixará de correr pelo Circuito enquanto ele existir. “Eu não corro por premiações, nem por medalhas”, disse, exibindo as centenas de medalhas conquistadas em competições nacionais e internacionais ao longo de sua vida. Mas ele reforça a importância da medalha para os demais participantes.

“Tem que haver esse incentivo, sim, para os outros corredores. É a única recordação que se tem da corrida”, disse. Mesmo não se importando com essa questão, se a organização retornar com a entrega das medalhas, a que deixou de ser entregue será a única que Dirceu deixará de pendurar no espaço reservado em sua casa.

De Rio Verde, professor relata dificuldade na entrega dos kits

O Circuito Anapolino de Corrida de Rua também atrai atletas de outras cidades, pois a competição é reconhecida pela Federação Goiana de Atletismo como Campeonato Goiano de 5 km, sendo, os atletas que participam, ranqueados oficialmente. O professor da Escolinha de Atletismo JP de Rio Verde, João Pinto, é um dos que trouxeram atletas para participar da última etapa.

Grupo dos alunos do professor João Pinto: dificuldades com horários

Ele é mais contido ao criticar as eventualidades do último sábado, mas reclama de outro ponto que se torna uma particularidade para os corredores que vêm de fora. João citou dificuldades para retirar os kits para a corrida. “Não reclamo da troca de alimentos pelos kits, mas do horário. Para nós que somos de outra cidade deveria haver exceção”, pontuou.

Por conta de ter ocorrido à noite, o professor disse que sua equipe não teve muito prejuízo na corrida do último sábado, mas ele teme que na próxima etapa, por ser realizada no período da manhã de domingo, ele tenha que madrugar para vir de Rio Verde para Anápolis.

“Em todas as outras edições anteriores a gente retirava os kits no sábado à noite e isso facilitava por conta da nossa condição. Afinal, são 300 quilômetros de distância”, explicou. O professor disse que se essa particularidade não for revista, ficará inviável participar das demais etapas deste ano.

Resposta

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Esportes reconheceu parte das reclamações registradas, assegurando que todos os inconvenientes serão corrigidos para a próxima etapa do Circuito e que, inclusive, haverá o retorno das medalhas de participação.

Sobre a medalha que faltou no último sábado, a Secretaria disse que não tem como dá-la aos corredores de forma retroativa. Sobre a questão a entrega dos kits de forma diferenciada para corredores de outras cidades, a Secretaria disse que basta haver esse comunicado com a organização do evento.

 

 

 

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