Para cientista político, ocorrência de segundo turno em Goiás é “quase certa”

Os partidos políticos ainda estão na fase das definições para o pleito eleitoral do dia 7 de outubro, mas já dá para prever algumas ocorrências até lá. De acordo com o cientista político Francisco Tavares, é provável que haja segundo turno no Estado, com a participação do DEM, PMDB ou PSDB, consideradas por ele as “três chapas competitivas”.

“Quando há três candidatos com fortes possibilidades de êxito, é quase certa a ocorrência de um segundo turno. Nota-se, quanto ao nosso estado, a peculiar circunstância de que há pouca oscilação programática ou ideológica, ao tempo em que as três principais candidaturas estão associadas a partidos igualmente identificados com o espectro político da centro-direita”, explica.

O alinhamento com o Governo Temer também deve ser levado em consideração nessa análise, já que essas legendas “se revelaram mais fiéis ao Governo Temer em suas principais votações”. Francisco Tavares ainda elucida que os três principais candidatos – Daniel Vilela, José Eliton e Ronaldo Caiado – possuem chances de irem para o segundo turno. Esta possibilidade poderá alterar o tom das campanhas eleitorais no primeiro turno.

“Espera-se, assim, uma campanha com menos animosidades ou ataques, uma vez que as chapas devem pretender manter um bom ambiente para contarem com a adesão do terceiro colegado durante o segundo turno”, exemplifica o cientista político Francisco Tavares.

As pesquisas eleitorais são um indicador importante do comportamento do eleitor, mas não podem ser o elemento exclusivo ao analisar o cenário eleitoral: “A experiência indica que o nível de atenção cidadã ao processo eleitoral torna-se crescente à medida em que a campanha avança e a data do pleito se aproxima. Assim, resultados de pesquisas produzidas neste momento são importantes, mas não encerram realidades imutáveis”.

É certo que uma eleição está sujeita a reviravoltas, mas é possível estabelecer um cenário que irá delinear a ocorrência de um segundo turno. Estas mudanças podem ocorrer “em especial neste contexto de instabilidade política atravessado pelo Brasil”.

“Considerando-se, contudo, elementos como leque de apoiadores/as, tempo de TV, enraizamento nas principais cidades de Goiás, recall de eleições passadas e estrutura partidária, é muito improvável que o próximo governador do estado de Goiás não seja um dos três candidatos que atualmente lideram as pesquisas”, pontua ainda o cientista político Francisco Tavares.

Quanto à candidatura da petista Professora Kátia Maria, ele aponta alguns obstáculos que serão enfrentados. “Ainda que com poucas chances, trata-se da candidatura que representa com maior alcance o espectro político da centro-esquerda e o legado dos governos Lula e Dilma na Presidência. Assim, possui potencial de crescimento, apesar de encontrar muitas dificuldades para chegar ao segundo turno”, conclui.

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