Parque da Jaiara – A construção que vai virando ruína

Conflito entre versões, furo no planejamento – que previa inauguração para Março – e obras de infraestrutura ainda a fazer: tudo isto trava inauguração de espaço que, aos poucos, vai se deteriorando com as chuvas

Paulo Roberto Belém

Em reportagem especial recente, A Voz de Anápolis trouxe as grandes obras paralisadas em Anápolis que estão sendo executadas pela Prefeitura. Uma das citadas foi o a do Parque da Jaiara que, na oportunidade, teve a sua entrega prevista para o mês de março. A informação foi garantida pelo titular da Secretaria Municipal de Obras, Vinícius Sousa.

Parque da Jaiara está com 80% das obras concluídas, mas vem sofrendo com a ação das chuvas: empresa promete conclusão para Abril

Acontece que, na última semana do mês de previsão da entrega, a situação do parque é de abandono das obras, mesmo estando com mais de 80% das intervenções concluídas. Enquanto isso, a população, que já chegou a usar o espaço mesmo antes da sua inauguração, no último trimestre do ano passado, agora aguarda que a área seja entregue. Com a falta de manutenção e as fortes chuvas, o uso improvisado foi abolido pelos moradores da região.

Atraso

O secretário municipal de obras, Vinicius Sousa, confirmou que não mais será possível entregar o parque em março. Ele defende que o que resta para que isso ocorra é a conclusão das intervenções e coloca a responsabilidade na empresa. “O parque pode ser inaugurado a qualquer momento. Basta a empresa concluir o serviço”, afirmou o secretário, mencionando que a empresa está passando por dificuldades e que esta seria a razão da não conclusão do parque. “Tenho pressionado para que as obras sejam finalizadas”, pontuou.

Vinícius Sousa, responsável pelas Obras Municipais: culpa é da empresa, “basta ela terminar o serviço”

Já a empresa que está realizando a construção do Parque da Jaiara, a Paviart Construtora, alegou, através de seu diretor-proprietário, Gustavo Campos, que só não terminou a obra por conta dos problemas de alagamentos causados pelas chuvas no interior do parque pela falta de galerias pluviais na região.

“Não consigo entregar o parque porque choveu, estragou. Só vou conseguir entregar na seca”, enfatizou o diretor, mencionando que desde o mês de setembro aguarda por estas obras de infraestrutura. “Nestes seis meses estou tendo custos altos com vigilância e recuperação da infraestrutura. Para mim, está péssimo por conta disso”, ressaltou.

Infraestrutura

As obras que o diretor da Paviart se refere estão relacionadas à implantação de galerias pluviais de maior captação na região do parque, principalmente na Avenida Fernando Costa. Por conta do Parque da Jaiara estar localizado na região baixa da avenida, em dias de chuvas intensas, grande quantidade de água que não é escoada pelas galerias existentes, ao invadir a área do parque, o danifica.

Segundo o engenheiro Leonardo Viana, ex-secretário de Obras e servidor da Prefeitura, recursos na ordem de mais R$ 4 milhões estão prestes a ser liberados pela Caixa para que estas obras de infraestrutura sejam, de fato, realizadas. “Desde o ano passado trabalhamos por estes recursos. Assim que forem liberados, é só fazer a licitação do serviço”, disse.

Viana complementou que estes recursos foram solicitados ainda no ano passado, mas que as obras não foram iniciadas pelo somatório de duas situações: a antecipação das chuvas e os próprios trâmites burocráticos pela efetiva liberação dos recursos que só se dá com a aprovação de projetos. “Não era possível fazer essas intervenções com tempo chuvoso. Além disso, só agora que tive notícia de que a Caixa liberou os recursos”, observou.

Secretaria de Meio Ambiente cogitou isolar área da população

Quem também defende a necessidade da realização destas obras de infraestrutura é o secretário municipal de Meio Ambiente, Daniel Fortes. Ele também admite que não é mais possível entregar o parque em março, até por conta das ações que a empresa precisa fazer para que isto ocorra. “Eu só vou receber o parque quando ele estiver em condições para tal”, citou, dizendo que vai reivindicar à empresa a realização das intervenções necessárias.

Daniel Fortes, do Meio Ambiente, chegou a cogitar o fechamento do parque

Fortes reconhece que o não inaugurado Parque da Jaiara já tem atraído frequentadores, mas que chegou a cogitar o isolamento do espaço. “Até pensei em averiguar com a empresa se ela poderia arcar com esse ônus”, afirmou. Mas, logo em seguida, argumentado pela reportagem se ele preferia o isolamento ou a conclusão da obra, ele limitou a dizer que quer a solução do problema A empresa também não pensa em isolamento da área e garante que tem realizado os reparos pontuais por conta da não entrega da obra.

 Entrega

Mesmo com a informação da necessidade da realização destas obras de infraestrutura, Leonardo Viana disse que estas intervenções nunca foram fator impeditivo para o término do parque. Segundo ele, estas obras vão beneficiar muito mais a região do que propriamente o parque. “Cheguei a orientar a empresa à época sobre soluções que ela poderia realizar para conter os alagamentos, mas que não foram acatadas”, disse.

Banheiros precisam de acabamento o que demonstra que o parque ainda não está apto para funcionar

Mas o diretor-presidente da Paviart garante que mesmo que estas obras sejam iniciadas ou não, entregará o parque assim que o período de chuvas cessar, o que ele estima acontecer no próximo mês. “Não tem mais nada mais complexo da nossa parte que precisa ser feito lá, inclusive, toda a obra já está paga. É só parar de chover para eu entregar”, finalizou.

 

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