Polícia Federal deflagra operação contra esquema envolvendo empresas frigoríficas

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 17, a operação “Carne Fraca” que cumpriu 309 mandados judiciais pelo envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. As diligências foram realizadas em seis estados, incluindo Goiás, e no Distrito Federal.

A operação envolveu grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.

Em Goiás, foram cumpridos 13 mandados judiciais em Goiânia, sendo um de prisão preventiva, quatro de conduções coercitivas e oito de busca e apreensão. Segundo a Polícia Federal, o esquema em Goiás era liderado pelo médico veterinário Dinis Lourenço da Silva, que é chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal/Divisão de Defesa Agropecuária/Superintendência Federal de Agricultura em Goiás (Sipoa/DDA/SFA-GO).

Irregularidades

As investigações dão conta de que havia um organizado esquema que utilizava de servidores do Mapa e de núcleos de fiscalização agropecuária dos estados para liberação de carnes e derivados impróprios para o consumo para o mercado interno e externo. Para isso, adicionavam produtos químicos e outros elementos como, por exemplo, papelão.

Os acusados atuavam mediante pagamento de propina para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. A Polícia Federal disse que ainda não existe um levantamento da quantidade de produtos que pode ter sido liberado irregularmente e que vai apurar a informação com os documentos apreendidos na operação.

Leia a nota da JBS

A JBS S.A. comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, em relação a operação realizada pela Polícia Federal na manhã de hoje, a JBS esclarece que não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos.

A empresa informa ainda que sua sede não foi alvo dessa operação. A ação deflagrada hoje em diversas empresas localizadas em várias regiões do país, ocorreu também em três unidades produtivas da Companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás.

Na unidade da Lapa (PR) houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da Companhia, cedido ao Ministério da Agricultura.

A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas.

A JBS no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos.

A companhia destaca ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos.

A Companhia repudia veementemente qualquer adoção de práticas relacionadas à adulteração de produtos – seja na produção e/ou comercialização – e se mantém à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos.

Nota da BRF

A BRF informa que, em relação à operação da Polícia Federal realizada na manhã desta sexta-feira, está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas. A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua.

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