Prefeitura recua de construção de “Centro Administrativo” e fala em colocar “departamentos”: saiba o que cada um pensa do tema

Polêmico anúncio sem a devida consulta popular ameaçava levar para as estreitas ruas do Jundiaí, em área anexa ao Parque Ipiranga, verdadeira filial da prefeitura: após repercussão e mobilização política e popular, agora, gestão fala em somente colocar alguns setores da gestão, descartando pátio de máquinas e secretarias de Educação e Saúde, as mais pesadas

Henrique Morgantini com Paulo Roberto Belém

Começou como um erro. Afinal, uma decisão com tamanho impacto de levar as três secretarias municipais mais pesadas – Educação, Saúde e Meio Ambiente – para uma área anexa a um parque ambiental deveria ter passar por uma série de audiências públicas e até mesmo a consulta popular dos moradores da região do Jundiaí e dos frequentadores do Parque Ipiranga. Mas, não foi o que aconteceu.

A exemplo de outras decisões tomadas pela gestão Roberto Naves (PTB), não houve qualquer tipo de aferição de impacto e a reação popular foi imediata. Pelas redes sociais, dentro da Câmara Municipal, o assunto ganhou todos os espaços. A grande preocupação é quanto ao impacto na mobilidade e até mesmo na preservação do parque como área ambiental depois da instalação do que foi batizado de “Centro Administrativo Ipiranga”.

Isto porque são mais de 600 servidores das três pastas ao longo do dia, com seus carros e motos, fora os contribuintes que diariamente procuram o local para atender às suas demandas. Tudo indo concentrado entre duas áreas verdes: de um lado o Parque Ipiranga, anexo ao local, e – de outro –, uma extensa mata nativa com mais de 20 nascentes que precisam ser preservadas a exemplo do que aconteceu com o próprio Ipiranga inaugurando em 2010.

Na última semana, o próprio corpo técnico da Prefeitura encontrou óbvias restrições legais na Lei Ambiental do município de Anápolis. Mais adiante, em pronunciamento realizado na última segunda-feira (04), o líder do prefeito, vereador Jakson Charles afirmou que nunca houve a sinalização da ida de três secretarias e que a informação era um “factoide” criado. “Estuda-se a possibilidade de transferência de ‘departamentos’ da prefeitura porque a própria lei ambiental regida por esta Casa impede ações maiores”, defendeu.

O “factoide” ao qual o vereador se refere foi registrado no site da Prefeitura, em entrevista do prefeito Roberto Naves e, mais recentemente, pelo secretário de Obras, Vinicius Sousa: nas três oportunidades há registros nominais da ida das tais três secretarias. A alegação é uma só: tirar as duas pastas de Saúde e Educação do aluguel.

A Voz de Anápolis promoveu uma enquete com os vereadores anapolinos, com empresários do setor imobiliário e com moradores da região e frequentadores do parque. A seguir, você acompanha as opiniões sobre como cada um avalia o projeto do prefeito

Enquete

Na era da vida em sociedade, já se tornou protocolo. Quando qualquer pessoa física ou jurídica tem a intenção de realizar algo que sugere transtorno à comunidade de uma determinada região, é necessário realizar um estudo de impacto. O de vizinhança é um dos mais importantes neste sentido.

Quando o prefeito Roberto Naves anunciou que vai fazer de uma parte da área do antigo Clube Ipiranga, o “Centro Administrativo Ipiranga”, ele citou que a Prefeitura estaria realizando tal estudo, mas sequer apresentou o resultado dessa consulta, pelo menos de forma parcial.

Com isso, A Voz de Anápolis saiu à frente e fez por conta própria este estudo. A consulta foi mais além. Além de frequentadores do parque, foram consultados moradores da região do Jundiaí, empreendedores da área imobiliária e os vizinhos, digamos, de toda a cidade: os vereadores.

Através da enquete que segue abaixo, é possível avaliar o sentimento da população civil e política, isentando o Executivo que já tem a sua decisão formada. É momento de avaliar o que cada um pensa sobre o assunto. Para isso, perguntamos:

Como você avalia a intensão do prefeito Roberto Naves de levar a sede das secretarias de saúde, educação e meio ambiente para uma parte da área do desativado Clube Ipiranga, que seria denominado como “Centro Administrativo Ipiranga”?

Arnaldo Jayme de Pina – Empreendedor imobiliário

“Entramos em um impasse. Precisa de local? Precisa! Precisa de espaço? Precisa! Agora, é o local ideal? É difícil fazer uma análise, mas como cidadão, como morador do Bairro Jundiaí, eu vivencio ali as dificuldades com relação ao trânsito daquela região que tem mudado durante os anos. Aquela região está ficando com densidade habitacional muito elevada e nós colaboramos para isto, a gente constrói prédios. Então, a gente entende que traz esse problema também. Como morador, vejo como algo complexo. A questão do trânsito realmente é séria. Agora, assim como eu do setor da construção civil, sou muito cobrado quando vou fazer algo na região, então, a Prefeitura, certamente, está fazendo seus estudos de impacto de trânsito, de vizinhança. Assim como nós somo sujeitos a isso, a Prefeitura também é sujeita. Mas a princípio, digamos que é preocupante. Se não tiver algo muito planejado, muito bem estudado, pode trazer prejuízo para região, principalmente na questão do trânsito. Eu penso que o prefeito e toda a sua equipe poderiam buscar outras alternativas. Esta eu penso que não seja a alternativa ideal”.

Carlos Pereira da Silva – JK Nova Capital

“Acredito que essa intenção não é legal. Primeiro que essa área do Parque Ipiranga, o espaço dele, vai ficar pequeno para alojar essa nova comunidade por conta da transferência dessas secretarias e a população que já tem o costume de vir ao parque para fazer sua caminhada, seu esporte. Então, a área vai ficar pequena e vai gerar certo conflito. A Prefeitura tem muitas áreas por aí que não estão sendo utilizadas e que, com certeza, são mais adequadas para receber esses órgãos municipais, não atrapalhando o ambiente do parque. Aqui, nessa área do clube, por exemplo, não sabemos nem o que foi feito em relação aos antigos sócios. Eu também era sócio e não tive uma posição efetiva nem da Prefeitura, nem do antigo proprietário em relação a essas ações”.

Cléber Almeida – Jundiaí

“Eu acredito que em termos de mobilidade, vai dar um impacto muito grande. Pode ser que isso melhore para o comércio, mas vai causar esse impacto de mobilidade. Essa intenção não vai ser tão boa assim. Eu acredito que essas secretarias não deveriam ser instaladas ali na área do clube. A gente pensa que esses órgãos podem ser instalados em outros lugares. Ali na área do clube, tem que se fazer uma reserva ambiental, preservar as nascentes, reflorestar, fazer mata ciliar, que são ações que eu concordo. A questão defendida de diminuição de gasto com aluguéis, sim, é legal, mas que seja em outro lugar”.

Davisson Andrade – Jundiaí

“Sou a favor. A Prefeitura paga aluguéis por aí caríssimos em salas para abrigar essas secretarias. Já que tem uma área que está parada, poderia, sim, serem construídas essas secretarias e deixar de pagar aluguel porque há quantos anos esse Clube Ipiranga está parado desde quando a Prefeitura adquiriu essa área? Acho interessante porque até pelo o que eu sei, além dessas secretarias, fará parte dessa estrutura um núcleo de segurança do município. Aí é interessante porque se têm órgãos municipais próximos aqui, vai melhorar até a segurança, principalmente com esse controle das câmeras de videomonitoramento”.

Darlan Siqueira – Jundiaí

“A nossa preocupação é que com a vinda dessas três secretarias o trânsito da região piore ainda mais. Sem contar os prédios residenciais que estão para ser entregues que já vão trazer um impacto. Sugeri para que se faça um estudo para comprovar que caso isso se concretize vai ficar algo insuportável. A gente tem exemplos disso em Goiânia, quando em parques da capital, o trânsito ao redor destes espaços é complicado. Aqui serão, no mínimo, 300 carros para serem estacionados. Então, não é só na hora do fim do expediente, das 18 horas. Tem a hora de chegada, hora do almoço, retorno e a hora de saída. Eu concordo, plenamente, que essa vinda de secretarias vai tumultuar o trânsito. A sugestão é que o prefeito leve essas secretarias para outros locais, que ele reveja essa intenção. Agora, quanto ao jardim botânico, apoio perfeitamente”.

Denise Issa – Jundiaí

“Se você considerar o fluxo de pessoas e veículos é muito ruim porque aqui, no Jundiaí, o fluxo de carros tem aumentado cada vez mais por causa da construção dos prédios. Cada prédio, cada apartamento, a pessoa tem, no mínimo um carro, dois ou até três carros. Vários prédios estão em lançamento e alguns outros terminando a construção e isso, realmente, têm dificultado o trânsito aqui. Agora, com mais três secretarias com esse tanto de veículos e fluxo de pessoas agregados, vai ficar muito complicado. Ali, na área do clube, poderia era ampliar o parque que se tornou o nosso cartão postal. Todo mundo que eu conheço que é de fora, o primeiro lugar que eles vêm visitar é o parque. Aqui é o lugar de turismo da cidade. Tem que levar esse tipo de obra pra outras regiões da cidade. Basta dar estrutura para se chegar a esse lugar”.

Lainy Sousa – Jundiaí

“Eu acredito não ser legal porque aqui é um local mais para passeio, para lazer. Agora, se trouxer muitas pessoas para cá, essa demanda alta, acaba prejudicando essa área de lazer. O que tem que se fazer e entender o parque e torná-lo um local mais agradável para as famílias, para quem o frequenta porque aqui é um cartão postal da cidade”.

Lindomar Pereira – (hospedado no Jundiaí)

“Sou de outra cidade e estou vindo aqui pela primeira vez. Pelo que eu vi aqui da região, eu, particularmente não traria órgãos da administração para essa área residencial que contempla o parque, até porque você acaba depredando porque o movimento, o fluxo de pessoas, de carros, passa a ser muito maior. Se você já tem o fluxo de moradores, daí você tem o fluxo de contribuintes que vêm atrás desses serviços, eu acho que tem que ter um local junto à administração ou um lugar aonde fique mais fácil para o cidadão ir e resolver o seu problema. Junto ao parque, não vejo com bons olhos. Seria contra essa intenção”.

Hugo França – Jundiaí

“A instalação de secretarias na área do antigo Clube Ipiranga não pode acontecer. Essa atitude é incoerente, quando o poder público municipal possui dezenas de áreas em locais mais apropriados para este fim (ex.: Área da antiga Faiana), inclusive, com melhor tráfego (linhas de transportes coletivos em frente). Além do mais, as instalações existentes nas dependências do clube estão deterioradas e incompatíveis (estruturas) e a arquitetura não atendem as necessidades de funcionamento de secretarias. Exigindo, com isso, adaptações e/ou reformas mais caras que uma construção nova. As ruas próximas ao parque já se encontram congestionadas com o tráfego de veículos, devido aos condomínios residenciais verticais (já construídos e em construção); hotel e comércios de um modo geral. Enfatizo, ainda, que a área não é própria para prédios da administração pública. Concordo que a área está abandonada e que precisa ser revitalizada. E essa revitalização deverá ser com projetos inerentes ao meio ambiente e lazer da população, por se tratar de um “santuário” ecológico de Anápolis”.

Mara Rúbia Baun – Parque Brasília

“Eu acredito que seja bom pela questão de aproveitamento de espaço. É claro que isso traz movimento, mas é questão de se organizar a mobilidade. É um desperdício aquela área ali, parada. Acho que essa medida valorizaria mais esse espaço”.

Marivalda Ribeiro – Vila Brasil

“No meu pensamento, não é bom. Fica inviável! E as outras pessoas que vão vir para cá? Que não conhece a região e precisa vir aqui? Não tem ônibus aqui perto. O ônibus ou para ali na Santos Dumont ou na São Francisco. Essa ideia é ruim. Não está pensando nas pessoas. Sede de prefeitura tem que ser em regiões que têm infraestrutura. Naquela área, deveria era fazer uma extensão do parque. O que o prefeito precisa fazer é dar manutenção aqui porque tá um desleixo.”

Paulo de Castro – Jundiaí

“Mesmo com essa intenção de reforma e não de construção, eu sou contra. Acho que o que deveria ser feito era a adequação do clube para atender os estudantes das escolas municipais para servir a eles no contraturno. Secretarias, não! Eu acredito que se isso for feito, com o tempo vai acabar agredindo o meio ambiente que dessa área eu considero importante é a nascente que vem da área do clube, atravessa o parque e vai cair no córrego das Antas lá no fundo da Rodoviária”.

Pedro José Dorneles – Jundiaí

“Eu concordo porque fica mais perto para a gente o movimento e tudo. Livra dos marginais, porque lá tem piscina estragada, cheia de bichos. Então eu acho que é uma boa. Vai trazer um impacto positivo”.

Romildo da Silva – Calixtolândia

“Essa transferência de órgãos será muito negativa aqui para a região. Têm outras regiões mais afastadas, ermas, que podem ser melhores para abrigar essa intenção do prefeito. Aqui vai complicar muito”.

Ruivaz Cardoso – Jundiaí

“Sou completamente a favor porque essa medida vai enriquecer o nosso bairro. Mudando essas secretarias para aqui, vai melhorar mais ainda. Não vai prejudicar em nada. Vai trazer é mais benefícios. Em termo de estacionamento, está suficiente”.

Silvânio Pereira – Calixtolândia

“Não concordo com esta pretensão. Vai ficar muito complicado para quem vem ao parque ter que conviver com o tanto de gente que vai vir para cá, caso essas secretarias sejam instaladas na área do clube”.

Thaís Silva – Setor Sul

“Sou a favor porque no meu caso que não estou trabalhando fora posso tipo, quando for vir passear aqui no parque, posso dar uma encostada lá e resolver algum problema. É claro que o fato desse centro administrativo estar aqui vai influenciar no trânsito, mas daí tem que vir uma organização por parte do órgão responsável”.

VEREADORES

Américo (PSDB)

“Na verdade, a minha visão é a de buscar meios para cortar gastos. Eu vejo que essa economia que foi divulgada de R$ 30 mil por mês vai ser interessante, mas sem agredir o meio ambiente porque lá tem uma nascente. Tem o parque, mas não vai trazer nenhum dano, eu não tenho dúvida disso. Se fosse trazer algum dano, o prefeito não iria levar esse projeto para lá. Então eu tenho certeza que não vai trazer nenhum prejuízo para aquele parque ali. A gente vê que vai usar ali uma área ociosa. Uma estrutura que não está sendo usada e que vai passar por uma reforma e adaptação. A minha visão é essa e eu acredito que essa questão é de interesse do município. Eu sou a favor”.

Antônio Gomide (PT)

“O Centro Administrativo que o prefeito quer construir precisa ser em outra área. Se ele tem essa decisão de fazer a construção, que ele faça em áreas apropriadas. Naquela área toda do antigo Clube Ipiranga é preciso fazer um bom projeto que possa agregá-la à área do Parque Ipiranga para que possa, realmente, dar condição e mais qualidade de vida para aquele parque ambiental. Ali é uma área de entretenimento, não uma área administrativa. A Prefeitura não pode cometer um crime em fazer com que parte da Prefeitura se estabeleça em uma área tão especial para o povo de Anápolis”.

Amilton Filho (SD)

“Eu entendo que é uma área que está ociosa, que tem um galpão construído e no meu entendimento não vai causar dano algum ao meio ambiente. Eu sou favorável à transferência já que o projeto não prevê desmatamento, não pr8evê novas construções naquela área que é importante para a cidade. Vai só ocupar uma área que a Prefeitura adquiriu no mandato passado. Então eu sou favorável”.

Deusmar Chaveiro (PSL)

“Eu sou a favor dessa intenção porque primeiro eu fui lá olhar, analisar. O que for bom para a cidade, eu sempre vou ser a favor. O que eu vi lá é que vai ser bem melhor para a população. Lá está tudo abandonado, jogado para as cobras. Não vai ter esse impacto que dizem”.

Domingos de Paula (PV)

“Sou a favor porque é um espaço que está ocioso há muito tempo. A Prefeitura vai economizar muito dinheiro. E outra: vai fazer um jardim botânico ali para a população ter acesso. Sobre falta de estacionamento, ali mesmo tem um espaço muito grande, cheio de entulhos, que pode ser usado. Não vai ter impacto no trânsito não. Se construir um prédio ali do lado do Ipiranga não vai ter o mesmo impacto, fluxo de gente”?

Elinner Rosa (PMDB)

“Eu ainda não tenho opinião formada sobre o assunto”.

Fernando Paiva (PODEMOS)

“Concordo com toda a certeza porque uma vez em que a área está desocupada e abandonada é uma forma até de revitalizar aquela região, deixando claro que não é no Parque Ipiranga. Isso tem que ficar bem claro. É no antigo Clube Ipiranga que está um espaço ocioso e a Prefeitura sendo onerada com aluguéis caros. Realmente é uma questão de contenção de despesas. Vários fatores favorecem realmente a mudança dessas secretarias para aquele espaço”.

Geli Sanches (PT)

“Eu sou contra e vejo com preocupação essa transferência. Exatamente por conta do impacto que tem ali de vizinhança. É um local que eu transito muito e lá tem uma quantidade muito grande de veículos. Então eu acredito que três secretarias com o peso igual é educação, saúde e meio ambiente, sem dúvida, vai dar um impacto muito grande ali para aquela vizinhança. Ademais, eu acredito que lá com um jardim botânico, com o que foi proposto, eu acho que seria uma ideia fantástica no sentido de acoplar este jardim à área do Parque Ipiranga, seria mais viável. Até que o meio ambiente poderia até ser lá, mas que não houvesse construção e sim uma abertura daquilo ali como uma extensão do parque. Aquele parque já está pequeno pelo grande número de pessoas que frequentam lá”.

Jakson Charles (PSB)

“A Prefeitura paga um valor excessivo em aluguéis. Eu não sei se o ideal é essa ou aquela secretaria, mas eu acredito que secretarias ou departamentos poderiam, sim, ser instaladas em áreas da Prefeitura que estão ociosas. Nesse caso, o salão do Clube Ipiranga passando pela reforma defendida pelo prefeito, desde que não comprometam o meio ambiente, as nascentes e que se preserve toda a mata daquele local, ou seja, sem nenhuma ampliação de construção e simplesmente a reforma daquele espaço, eu não vejo nenhum problema. Até porque lá tem um estacionamento ocioso, amplo e que não vai interferir, por exemplo, no fluxo do trânsito. Muito pelo contrário, vai ficar até melhor porque, hoje, onde está localizada a secretaria de Saúde não tem estacionamento. Ali, sim, é um local inadequado. Essa medida não compromete o parque até porque onde está a mata e as nascentes será um grande jardim botânico aberto ao público.”

Jean Carlos (PTB)

“A princípio eu sou a favor porque logicamente vai ensejar a diminuição das locações. Nós temos consciência de que o município atravessa um período de dificuldade financeira e nós temos uma série de prédios locados que realmente impactam no comprometimento financeiro do município. Como o Clube Ipiranga foi adquirido e está subtilizado com uma estrutura pronta, ele pode, sem dúvida, abrigar uma série de repartições e até secretarias. Desde que isso vai resultar em redução de despesa, não vejo impacto negativo para o Parque Ipiranga. Até porque o local de estacionamento do clube está inutilizado por causa da situação de descuido. Com certeza, o impacto maior será durante os períodos matutino e vespertino que não têm tanta aglomeração de pessoas nas imediações do parque. Certamente, a aglomeração maior é a partir das 17 horas, horário que praticamente se encerra o expediente das secretarias. Essa medida é para dar uma utilidade àquele clube, àquele espaço adquirido. Vejo essa intenção como razoável”.

João da Luz (PHS)

“Estive conversando com o prefeito e está tendo uma confusão entre parque e clube. O prefeito está gastando, hoje, R$ 30 mil de aluguel. Isso é significativo para as contas. A intenção é a economia desse dinheiro. Essa é a finalidade. E ele procurou alguns locais e ele viu aquele espaço ali em desuso, que é o Clube Ipiranga. O estacionamento que pertence ao clube, hoje, não está sendo utilizado para as pessoas que utilizam o Parque Ipiranga. Então, ele já pediu um estudo e viu que não tem impacto de mobilidade ali. Tem coisa que vem para bem. Eu era contrário, mas agora sou a favor. Mudei de opinião”.

Leandro Ribeiro (PTB)

“Eu sou a favor. Inclusive, eu vi o projeto. Lá já existe um prédio construído, o prefeito vai apenas reformar o prédio para colocar as três secretarias lá e sair de um aluguel de aproximadamente R$ 30 mil por mês. Sobre o impacto no trânsito, tem que analisar que essas secretarias funcionam durante o dia. O parque é frequentado mais final de semana e após as 17 horas que são períodos que as secretarias estarão com o seu funcionamento suspenso. O mesmo tamanho de estacionamento para quem frequenta o parque tem para o lado de dentro. Então, o impacto de trânsito não será muito não. A questão será fazer uma entrada e saída exclusivas para as secretarias”.

Lélio Alvarenga (PSC)

“Preliminarmente, eu concordo, mas tem que ver muito bem a respeito, fazendo um levantamento do impacto ambiental porque é preciso considerar a finalidade daquele parque que é o lazer. Realmente, a Prefeitura paga muito caro em aluguéis. Agora, esse projeto precisa ir para a Câmara para ser discutido pelos vereadores mais detalhadamente. É preciso que esse projeto seja discutido com mais eficácia”.

 Lisieux Borges (PT)

“Se não houver ampliação da área que já está construída, eu sou favorável desde que se promova, também, na área que era utilizada pelo clube, a recomposição da mata original. Quer dizer que se só forem reformadas as edificações ali, eu concordo com a proposta do prefeito. O que eu sugiro é que ele recupere o restante. Aonde tem aquelas piscinas, por exemplo. A parte remanescente do clube tem que ser devolvida para a natureza”.

Luiz Lacerda (PT)

“Eu vejo que essa medida está sendo tomada para beneficiar o gestor. Eu acho que as medidas têm que ser tomadas para beneficiar a população. E eu vejo que essa é uma medida para beneficiar a gestão, por isso, não concordo. Antes da criação do parque, a grande reclamação da cidade era de que nós não tínhamos nenhuma área de lazer no município para a população ir aos fins de tarde, em fins de semana. Era uma carência que nós tínhamos aqui na cidade de Anápolis. Esses espaços têm que ficar reservados para isso, para o entretenimento da população. Hoje, o Parque Ipiranga é um patrimônio importante para a cidade e toda aquela área ali, hoje é Parque Ipiranga. Não adianta achar que “Parque Ipiranga” é só aquilo que está pronto ali. A área do clube que foi adquirida também integra a área do Parque Ipiranga e que eu acho que tem que ficar à disposição da população para esse momento de lazer. Sou contra misturar esse espaço com órgãos públicos. O problema é o impacto que vai gerar na região, vai aumentar o fluxo de trânsito, vai aumentar os problemas de mobilidade e esse espaço é justamente para a população buscar um momento de descontração”.

Luzimar Silva (PMN)

“Eu sou contra devido ter outras áreas que podem estar recebendo essas secretarias. Até mais centralizadas, talvez. A gente tem aquela área da antiga Faiana, a área do antigo Detran e outras que não estou lembrando no momento. O número de pessoas que passa ali pelo parque no dia a dia e com a população dessas secretarias mais pesadas vai se resumir em muita gente passando por ali. Será de manhã, horário de almoço, quando volta do almoço e quando vai embora, ainda mais quando agrega com as pessoas que utilizam o parque. Como tem áreas em outros locais, eu acho que essas secretarias poderiam ir para esses lugares. Sobre esse galpão que está construído lá no clube, tem sim que aproveitar esse espaço, mas com atividades de entretenimento”.

Mauro Severiano (PSDB)

“No início, eu era contra. Agora, eu sou a favor. Porque depois que eu fui lá, eu vi que é um local muito bom e aquela nascente lá, ela está secando. Tem que ser recuperada urgentemente. O que o prefeito me disse e os secretários me falaram também é que o prédio já está pronto e que não vai ser construído absolutamente nada lá. Vão fazer um tipo de jardim botânico. Eles me sensibilizaram lá e realmente vai ficar uma área muito boa. Eu sou a favor. Eu pensava que eles iam colocar prédio no estacionamento, mas não vão. Vão mexer só no fundo aonde tinham as piscinas, algum campo de futebol lá no fundo. Eu sou a favor”.

Pastor Elias Ferreira (PSDB)

“Eu sou de acordo. Ali é um espaço que está deixado. E fiquei sabendo que não vai ser desmatado nada e sim voltar a usar a área que já existe. Não vai haver tumulto. Eu sou de acordo”.

Pedro Mariano (PRP)

“Eu não ainda vi o projeto. Por isso não vou dar minha opinião. Primeiro eu preciso ver o que vai ser feito. Eu ainda não tive acesso a ele”.

Teles Júnior (PMN)

“Eu sou contrário. A gente sabe que lá é uma área de preservação. A gente sabe que lá é um local que a gente precisa de estudos de impacto e de mobilidade urbana. Naquela área do Jundiaí já é proibido, em alguns pontos, a construção de prédios. Então, claro: duas ou três secretarias ali a mais vão ocasionar um impacto de mobilidade. Então, eu pedi um estudo de impacto de mobilidade antes da instalação dessas secretarias lá”.

Thaís Souza (PSL)

“A princípio sou a favor, desde que seja feito um estudo para garantir a mobilidade urbana da região. De uma forma geral aprecio a ideia, uma vez que dar vida à área desativada do clube com certeza irá preservar o meio ambiente, cuidando das nascentes e catalogando as árvores. Além disso, muito provavelmente teremos um novo cartão postal para nossa cidade. Se estas ações forem desenvolvidas, acredito que a estrutura para as secretarias estarão adequadas, economizando assim o aluguel dos prédios que hoje as abrigam, garantindo mais recursos para investir em outras áreas de interesse público. Mas defendo que antes da implantação do projeto, a prefeitura realize audiência pública debatendo o assunto com a população, ambientalistas, urbanistas e outros especialistas da área. Escutando e debatendo com certeza faremos o melhor pra nossa cidade”.

Valdete Fernandes (PDT)

“A gente tem que olhar os prós e os contras. O Parque Ipiranga é um cartão postal e uma coisa eu vou te falar: tem tantas áreas. Se eles quiserem, na minha região do Polocentro, eu ofereço uma área que compete e caberia a secretaria da educação, a secretaria da saúde. Tem que levar para um local mais adequado. Mas isso aí são questões que cabem um tratamento técnico, você entendeu? Do urbanismo, da CMTT. Eu estou pedindo um prazo para eu avaliar qual é a minha posição. Se for por economia, economiza um lado e prejudica outro e para mim tomar uma decisão dessa, eu queria ter um estudo mais aprofundado. Se é bom ou ruim, eu vou ter que analisar. A gente tem que ver se a comunidade do Parque Ipiranga aceitaria isso”.

Vilma Rodrigues (PSC)

“Eu sou contra. Na minha visão, eu acho que as pessoas, a população de Anápolis, são tão carentes de lazer que ali deveria ser realmente priorizado para isso. O impacto de trânsito, também, sem dúvida nenhuma, vai ser muito grande. E outra coisa: nós temos prioridades urgentes e emergentes e ao meu ver, na minha opinião, enquanto não for colocada nos trilhos a saúde da população, não se deve pensar hoje em construir prédios para as secretarias. O aluguel que se paga é pequeno diante do investimento que tem que haver para uma construção dessa, para que isso funcione em um lugar público. Seria bom se a gente não tivesse tanta carência. Seria ótimo, se pudesse ser feito. Mas a gente tem tanta carência, tantas prioridades que vêm antes disso”.

*OBS. Outros representantes do ramo imobiliário foram contatados, mas preferiram não opinar sobre o assunto.

 

 

 

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