Projetos de incentivo ao Esporte ainda não têm data para serem apresentados na Câmara

O “Bolsa Atleta” é uma lei municipal (nº3.601) de 2011. Ele consiste no repasse a título de incentivo de R$ 200 a R$ 500 com vistas à manutenção pessoal mínima aos atletas na busca de rendimentos. Acontece que desde janeiro de 2017, nenhum dos expoentes do Esporte na cidade estão recebendo o valor, apesar de ser lei municipal.

Se estivesse valendo, de fato, em 2017, somente o Bolsa Atleta poderia estar atendendo 49 esportistas em 17 modalidades distintas, entre elas, o atletismo, basquete, ciclismo, futsal, handebol e natação que apresentam a maior possibilidade de bolsas que poderiam ser ofertadas.

Já o Esporte Para Todos atuou na cidade até dezembro de 2016 e atingia, em massa, crianças e adolescentes, mas idosos também se beneficiavam. Para isto, havia a opção para a iniciação e prática de diversas modalidades gratuitamente.

As aulas eram ministradas ou em núcleos próprios ou em conveniados que, ao final, totalizavam mais de 50 em toda a cidade. As instituições são locais reconhecidos na cidade e recebiam o subsídio por parte da gestão municipal. O programa chegou a ter 16 mil inscritos.

O “Esporte Para Todos” mudou de nome. Rebatizado de “Esporte em Ação” não saiu da inércia ainda. Desde o início do ano passado vem sendo renovado o compromisso de que um novo projeto será apresentado para a Câmara Municipal para ser apreciado. Até o momento, ainda não veio.

O assunto se torna tema invariavelmente. Em tempos de debate sobre a violência, vereadores como Antônio Gomide, cobram a retomada de ações inclusivas no Esporte a fim de prevenir que crianças sejam cooptadas pelo mundo do crime ao ficar ociosas nas ruas. O Esporte Para Todos ocupada boa parte do chamado contraturno escolar.

Na última terça-feira (27) o vereador Leandro Ribeiro voltou ao tema. Alinhado ao prefeito Roberto Naves (PTB), Ribeiro afirma ter como bandeira o Esporte na cidade. Ele foi presidente da Associação Atlética Anapolina. “Tenho o Esporte como bandeira e sei que é importante. Dois projetos vêm aí para atender a população: o Bolsa Atleta e o Esporte em Ação”, anunciou sem, no entanto, precisar quando seriam apresentados estes projetos. Por enquanto, ambos estão desativados e centenas de pessoas, entre professores e alunos, estão desassistidos.

À espera

É o caso de Josmar Amaral. Presidente da Federação Goiana de Judô, Amaral lembra, saudoso, do “Esporte para Todos”, criado em 2011 e desenvolvido até 2016. Desassistido em relação à manutenção do convênio que a entidade tinha com a Prefeitura até o ano passado e que permitia que 550 crianças e jovens praticassem judô simultaneamente, ele diz viver na expectativa do retorno de um novo convênio. “Até o momento, nada”, citou.

Amaral também falou da quantidade de crianças e jovens que era atendida pelo programa em todas as modalidades que integravam o projeto. “Em Anápolis, eram 15 mil garotos. Antes, eles estavam monitorados, gastando energia, agora essas crianças estão na rua, sem qualquer atividade. É um prejuízo”, define.

Ele cita os conceitos que estão sendo deixados de ser ensinados a esses jovens em sua modalidade específica. “O judô preza muito pela educação, por uma filosofia de vida. O judô melhora a conduta de quem pratica”, defende. E complementa. “Esse trabalho social, de se levar o esporte para os bairros, é muito bom para a sociedade. Isso está faltando”, concluiu.

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