Ao menor dos problemas em unidades prisionais espalhadas por Goiás, o Governo do Estado vem enxergando uma oportunidade para trazer ao Novo Presídio de Anápolis detentos de outras cidades. Já em quatro ocasiões, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), comandada pelo coronel Edson, decidiu usar o complexo prisional do município para este fim.
No dia 13 de março, onze presos do presídio de Caldas Novas foram divididos entre Anápolis e Formosa. Após sua inauguração, esta foi a primeira vez em que o Novo Presídio da cidade foi utilizado. De acordo com a DGAP, os recambiados eram “presos que exerciam liderança negativa” em Caldas Novas.
E no dia 19 de março, duas transferências de presos para Anápolis foram realizadas. Após um detento do presídio de Morrinhos fingir que estava passando mal, 11 fugiram daquela unidade depois que dois servidores foram retidos pelos fugitivos. Após o fato, a DGAP decidiu transferir quatro presos de Morrinhos para o Novo Presídio de Anápolis.
E na mesma data, 16 presos da unidade de Itumbiara foram encaminhados para Anápolis. A DGAP justificou que “a transferência segue a nova política implementada pela DGAP, onde os presos são remanejados com base em levantamento efetuado pelos serviços de inteligência do órgão, de modo a preservar a segurança dos presídios”.
Nesta semana, em 26 de março, segunda-feira, Anápolis e Formosa receberam 81 presos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde, no começo do ano, nove presos morreram e vários ficaram feridos durante uma rebelião provocada após brigas entre alas rivais.
Do total de transferidos de Aparecida para Anápolis, nove estavam na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), dez na Casa de Prisão Provisória (CPP), 29 no Núcleo de Custódia e dois da Central de Triagem quando foram transferidos para o Presídio Estadual de Anápolis, em um total de 50 presos. O recambiamento destes presos foi justificado com base na política de transferência de detentos em vigor.
A vinda de detentos para Anápolis havia sido antecipada pelo presidente do Conselho da Execução Penal em Anápolis, Gilmar Alves dos Santos, em entrevista para A Voz de Anápolis. O plano do Governo Estadual para regionalização dos presídios estaduais ganha força após as transferências. Apesar do anseio da comunidade para que parte dos mais de 800 detentos do antigo presídio anapolino sejam realocados na nova unidade e o sistema prisional local seja desafogado, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária ainda não apresentou uma data para que isto ocorra.
Mesmo após a cobrança de vereadores de Anápolis, que apresentaram uma posição contrária ao modelo de regionalização proposto pelo Governo Estadual, a DGAP ainda não ofereceu uma nova proposta que melhores as condições do sistema carcerário anapolino, considerado por especialistas uma “bomba-relógio” que pode explodir a qualquer momento.
