Rotatória do perigo: Por conta de constantes acidentes, população pede retirada do obstáculo da Avenida Mato Grosso

Paulo Roberto Belém

Quando a Prefeitura instalou a rotatória na Avenida Mato Grosso, mais precisamente na bifurcação que dá início à Avenida José Neto Paranhos, no Jundiaí, talvez não imaginasse à época que, além de servir para facilitar o fluxo de veículos, poderia proporcionar uma série de acidentes no local. Incontáveis em número durante os anos de sua existência, as ocorrências de condutores que atingem o obstáculo físico não param. Somente na última semana, mais duas ocorrências.

Uma das pessoas que narram o histórico de ocorrências desde quando a rotatória foi instalada é a comerciante Maria Aparecida de Oliveira. Ela conta que o obstáculo foi construído no local faz dez anos e que desde então acidentes têm sido constantes. Segundo a comerciante, a rotatória foi construída em uma quinta-feira sem qualquer sinalização e que no sábado seguinte à instalação ocorreu o primeiro acidente. “A claridade do sol inibiu a visão da rotatória e um motorista, amigo meu, avançou sobre ela e teve um sério prejuízo no veículo que ele tinha recém comprado”, contou.

A comerciante Maria Aparecida de Oliveira relata: “depois de dois dias de construída, o primeiro acidente”

Morando bem próximo ao local, a comerciante disse que nesse período perdeu a conta de quantas vezes teve de interromper o seu trabalho por conta do barulho causado pelas colisões na rotatória. Para ela, a rotatória é um pouco estranha das demais instaladas na cidade, mas que ela não é a única causa das ocorrências. “Os motoristas vêm em alta velocidade pela Avenida Mato Grosso, não respeitam a sinalização e quando veem já dão de cara com o obstáculo”, pontou.

Perigo da noite

As ocorrências se deram um pouco antes da meia-noite da última quinta-feira, 20, quando um motociclista avançou sobre a rotatória. Um pouco mais tarde, por volta das 2 horas da madrugada da última quinta-feira, 21, outro veículo passou por cima do obstáculo.

E não parou por aí, segundo a comerciante, na madrugada seguinte, outro veículo colidiu com a rotatória. “Piora muito quando é à noite porque a sinalização está muito falha e eles acabam não vendo o perigo que é correr neste ponto da avenida com esta rotatória aí”, observou ela.

Flagrante

A poucos metros do comércio de Maria Aparecida, outro comerciante também contou o que presenciou no período em que a rotatória foi instalada. José Badona lembrou da época em que existia um placar eletrônico sobre o obstáculo que marcava a hora e a temperatura ambiente da cidade. “Adivinha o que aconteceu com o placar? Foi abaixo!”, exclamou.

Enquanto o comerciante José Badona reclamava que a rotatória era mal feita, a caminhonete se preparava para atingir o obstáculo

Enquanto ele narrava os acontecimentos relacionados, segundo ele, à “rotatória do perigo”, mais um flagrante. Uma caminhonete, ao contorná-la, acabou colidindo com o obstáculo. “Olha aí, conta mais esse que acabou de bater na rotatória”, disse após ter se assustado com o impacto.

Solução

Para ele, a rotatória ficou muito mal feita e que ela não deveria existir. “Talvez um sinaleiro ou um redutor de velocidade. Se for insistir na rotatória, que a faça usando obstáculos menores porque daí se o motorista avançar, ele simplesmente passaria por cima e não aconteceria desastre nenhum”, observa. Quem também vê a alteração do obstáculo como solução é a comerciante Maria Aparecida. “Acredito que o redutor de velocidade é o mais adequado para que esses acidentes parem de acontecer”, pontou.

Procurado pela reportagem, o diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes, Carlos Toledo, disse que recebeu as ocorrências recentes do local e que designaria uma vistoria para reavaliar a necessidade da alteração da sinalização, mas não divulgou quando isso aconteceria. Enquanto isso, os comerciantes sugerem mais cautela aos motoristas. “Eu acho que com a divulgação desses acidentes, talvez, quem passa por aqui seja mais prudente, mas o ideal e desmanchar isso que ficou muito mal feito”, encerrou o comerciante.

Notícias Relacionadas