Sem almoço, servidores da Secretaria de Obras são liberados mais cedo

A falta de fornecimento de marmitas de almoço e do café da manhã para os trabalhadores da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos está provocando o encerramento do expediente mais cedo do que o normal. Como a Prefeitura não disponibiliza a alimentação para esses trabalhadores, os chefes de pátio passaram a liberar os servidores para almoçarem em casa.

Como grande parte deles não tem carro, ficam sem condições de voltar da casa para o trabalho após almoçarem, já que não há transporte para os trabalhadores no horário do almoço. A situação de arrasta há três semanas, informação confirmada com exclusividade por A Voz de Anápolis junto aos servidores da Secretaria.

O encarregado da oficina mecânica no pátio da Secretaria localizado na Vila João Luiz de Oliveira, Sinval Borges, falou sobre a situação. Por volta das 10h40 desta quarta-feira (21), horário do almoço, vários trabalhadores encerravam o expediente, iniciado por volta das 7 horas. O normal é que trabalhassem até 17 horas, se o almoço fosse fornecido.

Sinval Borges, encarregado de oficina mecânica, confirma que o expediente está sendo encerrado mais cedo

“O pessoal vai embora pra casa, porque tem que almoçar. Muitos deles não têm como voltar, porque não tem a condução. Então já vai e fica. Muitas pessoas não estão gostando disso. Estão sempre reclamando. Eu até que tenho minha condução, sempre eu vou e volto, porque de todo jeito eu tenho que voltar”, explicou. Ainda nesta quarta-feira, Sinval Borges foi ao refeitório perguntar se haveria almoço. Após a negativa, teve que avisar aos funcionários que a situação em nada havia mudado. “Prejudica bastante, porque as máquinas, os veículos ficam parados”.

Vários outros funcionários da Secretaria de Obras confirmaram a informação com exclusividade para A Voz de Anápolis. Um deles disse que os servidores não sabem ao menos de quem partiu a ordem e apenas foram avisados pelos encarregados dos pátios. “Café da manhã? O café da manhã tem só um cafezinho preto, né? Pão mesmo eu não vi”, relatou um dos que foram ouvidos pela reportagem. “Nós queremos trabalhar”, disse.

A Prefeitura não informou ainda aos trabalhadores sobre o prazo para regularização do fornecimento da alimentação. Marcos Rodrigues explicou que a situação se aproxima dos quatro semanas de duração. “A gente não tem uma informação precisa, se é uma questão de concorrência ou o que foi feito. O que a gente está passando é o seguinte: é o prejuízo que o município está levando. A gente vem para o trabalho – como nós desenvolvemos nossas funções – e trabalhamos só por meio período. A gente fica mais preocupado com problema futuro para nós funcionários”.

Ele, que é encarregado de setor, saiu da Secretaria de Obras por volta das 10h40 e, juntamente com seus subordinados, foi almoçar. Ele mesmo buscou seus colegas em seu carro em diversos trechos de trabalho pela cidade e depois levou a cada um para sua casa, onde pudessem ter sua refeição. Após o almoço, eles não mais retornariam ao posto de trabalho. O expediente, que seria encerrado às 17 horas, teria que ser concluído às 11 horas. Esta tem sido a rotina nas últimas três semanas.

Marcos Rodrigues não soube dizer se os salários dos trabalhadores serão afetados. Ele informou que os servidores cobram uma posição da Prefeitura. A Voz de Anápolis entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura e solicitou um posicionamento sobre a questão. O espaço está aberto para que o poder público se manifeste.

Notícias Relacionadas