Sem vigilância, Prédios públicos inacabados ou em desuso sofrem com ação de marginais

Problema maior são as construções que não tiveram as obras retomadas e estão, hoje, inutilizadas: prédios em funcionamento também estão na mira do vandalismo: Prefeitura garante mudança de cenário com a Guarda Patrimonial

 Paulo Roberto Belém

Em Anápolis, alguns prédios públicos municipais encontram-se em situação de abandono. Entre estes, estão as construções não finalizadas e aquelas que, apesar de já terem estado em funcionamento em determinadas épocas, atualmente, encontram-se lacradas. Entretanto, o problema é comum para ambas as situações: sem funcionamento e sem vigilância, os locais têm se tornado palco de vandalismo e prejuízo para os cofres públicos, quando suas instalações são depredadas ou furtadas.

Imagens mostram grau de abandono e vandalismo da Creche da Nova Aliança: trabalho desperdiçado por falta de continuidade

São em regiões mais distantes do centro da cidade que exemplos refletem bem este panorama. No Residencial Nova Aliança, o que preocupa a vizinhança é a construção da creche do setor que está totalmente abandonada. As instalações do local que já poderiam estar atendendo a demanda da região vêm se deteriorando a cada dia. O local está sem qualquer tipo de vedação ou, sequer, fiscalização, o que o torna propício para ações de vândalos.

Dificuldades

Antônio Alves mora bem ao lado da creche em construção do Residencial Nova Aliança e vê prejuízos para o setor enquanto a obra não é finalizada. “Poderia estar atendendo as nossas crianças, mas o que eu vejo, diariamente, é isto”, reclama o morador. Segundo Alves, os pais que dependem de uma creche no setor têm que ir à procura de outra nos setores adjacentes. “A creche do Industrial é nova, mas o problema é que não consegue nem atender a demanda de lá”, disse. Sobre a falta de segurança, o morador se vê preocupado. “É difícil eu ficar dando bobeira aqui durante a noite”, destaca.

Antônio Alves olha com desolação para ruína de construção: “poderia estar atendendo nossas crianças”

Situação parecida enfrenta os moradores do Residencial Pedro Ludovico. E lá, a situação é mais preocupante. Moradores que moram próximo à creche em construção do setor, que preferiram não se identificar, reclamam que o espaço abandonado, além de sofrer naturalmente com o vandalismo e depredação, enfrenta outro problema, considerado mais grave. “À noite você vê de tudo aqui. São pessoas entrando para fazer o que eu não sei. Mas usar drogas, é com certeza”, relatou uma moradora que passava pelo local.

Desativado

Outro exemplo de locais em desuso que estão à mercê do vandalismo pela falta de vigilância é o prédio onde funcionava o núcleo do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) do Industrial Munir Calixto. O mesmo local abrigava a antiga creche do setor que foi transferida para uma unidade nova, inaugurada em 2016. Até o ano passado, o espaço era mantido para atender crianças e jovens em situação de risco, mas este ano não está oferecendo nenhuma atividade.

Nela, a situação não é muito diferente das construções abandonadas. Já pelo lado de fora, percebe-se a depredação de um local que poderia estar cumprindo uma função para os moradores da região. Prejuízo maior para as crianças que eram atendidas pelo núcleo do Peti do bairro, que agora, estão tendo que se deslocar para outras regiões da cidade para ter assistência e todas estas não ficam menos que 10 quilômetros distantes.

Sequestro

Não são só os locais em situação de abandono que têm causado preocupação pela falta de vigilância. Há duas semanas, uma dentista foi surpreendida por marginais quando chegava para trabalhar no posto de saúde da Vila Formosa. Ela foi solta, mas teve o seu carro roubado pelos criminosos.

A unidade de Saúde da Vila Formosa foi arrombada e furtada e, dias depois, uma dentista que chegava ao trabalho, foi sequestrada e teve seu carro roubado: sem qualquer vigilância

Na semana posterior à ocorrência, esse mesmo posto de saúde também sofreu a ação de marginais e teve a porta de acesso do local arrombada. Neste caso também, a falta da vigilância foi percebida enquanto o repórter fotográfico de A Voz de Anápolis registrou o espaço arrombado.

Assessor de segurança garante ação da Guarda Patrimonial

O assessor do Observatório de Segurança da Prefeitura, Glayson Reis, justificou que a Guarda Patrimonial já está implantada em Anápolis, sendo que compõem esta fiscalização os mais de 500 vigias de carreira da Prefeitura. “Alguns já estão operando e todos passarão por processo de formação mais adequado ainda neste primeiro semestre para melhorar o atendimento ao cidadão na fiscalização dos prédios públicos”, disse o assessor.

Questionado de que forma as construções abandonadas serão fiscalizadas, o assessor reconheceu que não será possível manter fiscalização com presença física ininterrupta nestes locais, mas assegurou que também está em operação a Patrulha Patrimonial. “Esta trabalha 24 horas com uma equipe formada por quatro profissionais que, ao fiscalizar espaços como estes, têm o apoio de outras instituições, a exemplo da Polícia Militar, quando constatam ocorrências”, finalizou.

 

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