Suíça aponta depósitos milionários em contas de suposto operador de esquema na gestão Serra

Quarenta e três dias depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa (empresa responsável por obras rodoviárias de São Paulo), em 24 de maio de 2007, o engenheiro Paulo Vieira de Souza fez uma mudança e tanto nos negócios que mantinha na Suíça: abriu quatro contas no banco Bordier & Cie, em Genebra, segundo documento sigiloso que as autoridades suíças enviaram ao Brasil.

Foi entre 2007 e 2009 —durante o governo de José Serra (PSDB)— que essas contas receberam “numerosas entradas de fundos”, ainda de acordo com o comunicado do Ministério Público da Confederação Suíça.

Fontes ligadas ao órgão afirmam que está nesse período a maior parte dos depósitos de Souza naquele país.

As quatro contas tinham um saldo de US$ 34,4 milhões quando Souza, conhecido como Paulo Preto, decidiu transferir os recursos da Suíça para as Bahamas, no começo de 2017. O valor equivale a R$ 121 milhões, quando corrigido pela cotação da última sexta (4).

A defesa de Paulo Preto diz que o primeiro documento foi enviado de maneira ilegal pela Suíça ao Brasil e pede a anulação da cooperação. Vários investigados da Lava Jato ingressaram com o mesmo tipo de recurso, mas nenhum teve sucesso.

Paulo Preto, como é conhecido, foi diretor da empresa estatal paulista responsável por grandes obras no Estado em 2005, na gestão Geraldo Alckmin e, depois, na gestão José Serra, ambos do PSDB.

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