Tratamento de câncer é ampliado em Anápolis

Hospitais de Anápolis se adequam a uma portaria do Ministério da Saúde que exige uma série de adequações na estrutura física e na gestão dos serviços oferecidos a pacientes com câncer. O Hospital Evangélico Goiano inaugurou na última quarta-feira (28) uma unidade de Quimioterapia com capacidade para atender a 40 pacientes por dia. Uma média de 500 pacientes deverão ser atendidos por mês.

O tratamento será feito pela rede particular e por convênios. No caso de encaminhamento pelo SUS, a princípio somente adultos serão atendidos. Esta unidade aguarda autorização do Ministério da Saúde para atendimento de crianças.

A Santa Casa de Misericórdia realiza uma série de estudos para oferecer o serviço de Quimioterapia a pacientes oncológicos. Avaliações estão sendo realizadas para identificar a demanda e as necessidades para o início da oferta deste tratamento. Atualmente, pacientes oncológicos desta unidade realizam Quimioterapia no Banco de Sangue.

Os desafios da rede de saúde incluem a diminuição do tempo de espera para o início do tratamento e a modernização das instituições hospitalares para um maior controle e prevenção da doença. Quem passa ou já passou por tratamento de câncer sabe que uma das maiores dificuldades é a falta de uma estrutura adequada na rede de saúde para a realização de todos os procedimentos necessários. A Portaria 140/2014 do Ministério da Saúde exige que as Unidades de Assistência de Alta Complexidade (Unacons) credenciadas se adaptem à realidade dos pacientes e que as instituições hospitalares ampliem a oferta de serviços oncológicos.

 

Santa Casa de Misericórdia também está se estruturando para atender às diretrizes da Portaria 140/ 2014

Vários quesitos devem ser cumpridos pelas unidades para fazer tratamento quimioterápico, como o oferecimento do diagnóstico definitivo para a doença e o tratamento completo para os diversos tipos de cânceres. Estas adaptações incluem a exigência de um local específico em hospitais de Anápolis para Quimioterapia, cirurgias, presença de UTIs, realização de exames laboratoriais em um só lugar, o que poderá evitar que os pacientes sejam transportados de um hospital a outro durante os dias previstos para o tratamento, diminuindo os riscos de ocorrências durante o transporte.

As adaptações dos hospitais que fornecem tratamento para o câncer também deverão reduzir o tempo que um paciente leva para começar o tratamento e para continuar os procedimentos na rede de Saúde local. A Lei 12.732/ 2012 estabelece que os pacientes com neoplasias (tumores) malignas têm direito a começar o tratamento pelo SUS em até 60 dias, o que na prática ainda não foi totalmente aplicado. As adequações na estrutura dos hospitais poderá ser uma esperança para quem precisa se tratar.

Danianne Marinho e Silva, presidente do Conselho Municipal de Saúde, informa que de 2013 a 2017 foram oferecidas mais de 16 mil consultas oncológicas em Anápolis. Essa cobertura corresponde ao atendimento de uma população de mais de um milhão de habitantes na chamada macrorregião centro-norte do Estado. O município de Anápolis possui pactuações com diversas cidades de Goiás e atende localmente pacientes vindos de várias regiões do Estado, o que explica a cobertura ampliada de saúde.

“Há uma variação significativa ano a ano no número de atendimentos ambulatoriais oncológicos em nosso município. Estes dados estão no SIA – Sistema de Informação Ambulatorial. Na cidade de Anápolis há duas unidades de saúde habilitadas como UNACOM -Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, que são a Santa Casa de Misericórdia de Anápolis e o Hospital Evangélico Goiano”, explicou Danianne Marinho e Silva.

Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Danianne Marinho entende que mudanças são importantes para os pacientes em tratamento de câncer

Ele acredita que o tempo de resposta aos pacientes e a adequação ao que determina a Portaria 140/ 2014 do Ministério da Saúde ainda são os maiores desafios para a estrutura de saúde municipal. São vários critérios e parâmetros de organização, planejamento, monitoramento, controle e avaliação dos estabelecimentos hospitalares que deverão ser cumpridos. Ele explica ainda que as melhorias das condições estruturais, de funcionamento e de recursos humanos para a habilitação destas unidades no Sistema Único de Saúde (SUS) estão entre as principais metas da rede de tratamento oncológico.

Rede

Uma atuação conjunta entre Estado, Município e instituições hospitalares poderão garantir que a oferta de tratamento de câncer em Anápolis atenda às exigências do Ministério da Saúde.

“Ações em nossa rede são necessárias para o reconhecimento inicial do câncer, pois é uma doença crônica prevenível. É muito importante que a oferta de cuidado ocorra de forma integral, com respeito a critérios de acesso, escala e escopo. As adequações poderão contribuir para a incorporação e o uso de tecnologias voltadas para a prevenção e o controle do câncer, salvando vidas e reduzindo custos do Sistema”, pontuou o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Danianne Marinho e Silva.

Um projeto da vereadora Vilma Rodrigues foi sancionado pelo prefeito Roberto Naves no ano passado, garantindo o início do tratamento em 60 dias a partir do diagnóstico de câncer maligno. A expectativa é que, com a adequação à Portaria 140/2014, o aporte financeiro do Ministério da Saúde para o tratamento do câncer na cidade aumente e o município passe a atender aos parâmetros mínimos mensais de atendimento: 500 consultas especializadas; 640 exames de ultrassonografia; 160 endoscopias; 240 colonoscopias e retossigmoidoscopias; e 200 exames de anatomia patológica.

A nova oferta de Quimioterapia será feita pelo Hospital Evangélico Goiano e pela Santa Casa de Misericórdia. E os serviços de Radioterapia ainda estão sendo adequados e estudado por essas instituições para que o tratamento aos pacientes de câncer seja completo nestas unidades. Danianne Marinho acredita que ainda é preciso avançar na diminuição da fila de espera para o tratamento. A prevenção ao câncer deve ser buscada para diminuir a incidência da doença junto à população. “Os cumprimentos das portarias podem contribuir na melhoria da qualidade do tratamento, na diminuição do tempo resposta, no financiamento e na redução de possíveis desperdícios de recursos”, referendou Marinho.

Realidade

Passar por tratamentos de câncer em Anápolis ainda é uma realidade dura para muitas pessoas. Diversos pacientes ainda precisam ir a Goiânia ou outras cidades para alguns procedimentos. Diversas instituições do município dão apoio para que estes indivíduos tenham condições dignas de tratamento. O Núcleo Esperança atua desde o ano 2000 oferecendo estrutura para pacientes oncológicos.

Expectativa é que município ofereça mais dignidade a pacientes com câncer

Por meio de doações e parcerias com empresas, muitos pacientes que procuram o Núcleo Esperança recebem transporte para unidades de saúde, alimentos, roupas e até mesmo moradia enquanto passam por tratamentos na cidade. Valber Barreto, um dos diretores, entende que as adequações à Portaria 140/ 2014 irá facilitar a vida dos pacientes com câncer, que poderão realizar praticamente todo o tratamento em apenas uma unidade de saúde, evitando-se os desgastantes deslocamentos.

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