Vereadores criticam cobrança nas roçagens de lotes particulares e alertam para irregularidades

Durante visita do secretário municipal de Meio Ambiente, Wederson Lopes, à Câmara Municipal, os vereadores cobraram um posicionamento com mais transparência sobre a realização da limpeza dos lotes particulares feitos pela gestão municipal e com a consequente cobrança deste serviço. Alguns proprietários de lotes que foram cobrados apresentam boletos que chegam a R$ 1,5 mil pelo serviço.

Os vereadores que usaram o espaço para tecer comentários e fazer perguntas para o secretário abordaram diversos assuntos, mas todos convergiram para um mesmo tema: a cobrança considerada exorbitante nas roçagens. Mauro Severiano (PSDB), vice-líder do prefeito no Legislativo, destacou a suspeita na realização do serviço. Ele chegou a citar o caso de um parente que teve o serviço cobrado, mas sem a certeza de que foi mesmo feito.

“Um primo meu, que eu não vou identificar aqui, disse que o lote nem foi limpo, não teve roçagem, mas ele foi cobrado, então a gente precisa de maior transparência nisto”, alertou. Já Lélio Alvarenga (PSC), pediu coerência na cobrança e na prática das roçagens. “Tem gerado muitas reclamações e dúvidas pela população”, pontuou.

Teles Jr. afirma também ter recebido reclamações de proprietários com diversas cobranças. “Tem algum critério, como funciona? Isto foi regularizado? Precisamos de um esclarecimento”, cobrou. João da Luz (PHS) trouxe ao debate um dado alarmante: um contribuinte cujo lote teria sido roçado oito vezes. “Ele paga trezentos e poucos reais de IPTU, mas agora está sendo cobrado em R$ 3,2 mil de limpeza porque dizem que foram lá oito vezes”, destacou.

Luiz Lacerda (PT) citou o desmando das praças. “A gestão Antônio Gomide revitalizou as praças e devolveu estes espaços para o convívio da população. Só que hoje, infelizmente, a população sumiu das praças porque não tem manutenção e nem um atrativo”, comentou.

Antônio Gomide pede que haja uma atitude e não somente um discurso por conta do que considera uma injustiça que é cometida nas cobranças. “Não tem como comprovar, trata-se de uma cobrança injusta e até indevida”, opinou. Gomide pede a suspensão da cobrança até que haja regularização. “Pedimos a suspensão as cobranças para que haja antes uma identificação do que vem sendo feito: como está, é uma cobrança injusta e indevida”, destacou.

Gomide ainda solicitou que o Secretário de Meio Ambiente interrompa o processo de licitação para a construção de um Centro Administrativo no Parque Ipiranga. “Não deixe que o seu nome esteja numa placa e coloque o senhor como alguém que fez parte deste projeto”, recomendou.

Respostas

Em resposta às indagações dos vereadores sobre irregularidade na roçagem de lotes, Wederson Lopes minimizou a questão. Segundo ele, somente entre 3% a 4% das cobranças é que têm dado problemas na execução e na cobrança. “A maioria não tem qualquer problema. Os terrenos que foram limpos têm sido cercados e isto tem sido bom porque é uma ação nova da prefeitura que cria uma nova cultura que é cada um cuidar dos seus lotes”, defendeu.

Para o assessor de Roberto Naves, a ação de limpeza e cobrança é positiva para a população. “As pessoas estão aplaudindo a ação, principalmente os vizinhos destes lotes”, emendou.

O secretário de Meio Ambiente, no entanto, admite que há erros em alguns setores da gestão municipal. “Há erros do Meio Ambiente e da Secretaria de Fazenda. Nosso, de não fazer o trabalho e indicar que foi feito e da Fazenda, de lançar cobranças equivocadas. Mas repito: são no máximo 4%”, confessou.

“Estamos corrigindo as distorções. Os proprietários que acham que está sendo cobrando errado, que não pague, que procure seus meios porque isso será revisto”, recomendou. Lopes ainda anunciou um projeto vindo do Executivo para ser avaliado pela Câmara, no intuito de diminuir os valores praticados. “Mas não podemos colocar um valor abaixo do mercado”, alertou.

Ipiranga

Sobre as demandas envolvendo o Parque Ipiranga e sua área anexa, como o do Clube Ipiranga, que foi adquirido para se tornar uma extensão do próprio parque, o secretário justifica o projeto que prevê a construção de um Centro Administrativo por conta dos gastos envolvendo alugueis de imóveis para abrigar secretarias. “Como acontece no prédio que abriga as secretarias de Saúde e de Educação – não significa que elas irão para lá. Mas será feito um jardim botânico também na área”, esclareceu.

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