50% das adolescentes grávidas em Anápolis engravidaram após estupro, aponta Conselho Tutelar

Ano após ano, cresce o número de crianças e adolescentes grávidas em Anápolis, de acordo com informações dos Conselhos Tutelares Leste e Oeste de Anápolis. O dado que mais preocupa é a quantidade destas meninas que ficaram grávidas após serem estupradas.

Chega a 40 o número de adolescentes e crianças grávidas atendidas pelos dois conselhos neste ano – a metade delas engravidou em um estupro. Em grande parte dos casos, o agressor é um parente ou pessoa próxima da vítima ou da família. No Conselho Tutelar Oeste foram registrados em torno de 20 casos de gravidez na faixa etária de 13 a 19 anos.

No Conselho Leste, é praticamente a mesma quantidade de casos. “É questão de política pública, falta de política pública. A gente vê que a maioria das crianças e adolescentes têm um ensino irregular”, pontuou Lucas Soares Rodrigues, presidente do Conselho Tutelar Oeste.

Para ele, as políticas de Saúde Pública, Emprego e Renda e ações sociais deveriam ser fortalecidas para que o quadro seja revertido. Ele relata que em 2016, um pai engravidou a própria filha na cidade de Anápolis. O bebê nasceu em 2017, a menina decidiu criá-lo e o homem permanece foragido.

O conselheiro Lucas vê dificuldades para prevenir que este tipo de situação ocorra: “No momento, o Conselho Tutelar não consegue tomar nenhuma medida preventiva nesse tipo de situação. Hoje o Conselho Tutelar trabalha apagando fogo”. Falta pessoal – são apenas 10 conselheiros para atender a todo o município, conforme menciona Lucas Soares Rodrigues, do Conselho Tutelar Oeste.

Leste

Os dados do Conselho Tutelar Leste são semelhantes àqueles informados pelo Conselho Oeste. Mais de 20 casos de adolescentes e crianças grávidas foram registrados, informa a presidente, Etiene Garcez Machado. Ela também aponta as dificuldades na prevenção.

“É apagar fogo. Nós ainda não temos a estrutura para fazer o preventivo. Nos dois Conselhos Tutelares são dez conselheiros, dois carros só e que atendem 275 bairros em Anápolis. Nós não temos tanta estrutura. Se tivéssemos mais estrutura poderíamos fazer, sim, um trabalho preventivo”, pontua.

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