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Com a palavra, o povo e as torneiras: “Estamos sem água”

E se as torneiras de Anápolis falassem? A pergunta remete ao filme dirigido por Steven Robinson, ‘Se meu Fusca falasse’, de 1969, em que o carrinho Herbie se mete em diversas aventuras e trapalhadas.

Se alguma palavra saísse dos registros de água, encanamentos e demais estruturas que dependem de água, esta palavra seria falta. E a ausência de água saindo das torneiras é apenas um dos problemas que dizem respeito ao abastecimento do produto em Anápolis.

“Estamos sem água”. Este aviso foi colocado pelos donos de um restaurante da região central de Anápolis. Os clientes não podem usar os sanitários e, consequentemente, lavar as mãos. Não tem água sequer para fazer a comida que é servida no restaurante. E para não deixar de atender às clientela, os proprietários compram garrafões de àgua, a um custo de R$ 7,00 cada. E quem vai pagar a fatura do gasto gerado pela falta de atendimento adequado por parte da Saneago? A população tem a resposta na ponta da língua: “Estamos sem água”.

Restaurante compra garrafões de água para a produção da comida que é servida

E a frase é repetida Anápolis afora. Diversos bairros, conforme vem sendo noticiado por A voz de Anápolis, sofrem pela falta do produto. A Saneago, empresa de água do Estado, e a Prefeitura de Anápolis dão a mesma explicação sempre: não falta água em Anápolis. Os problemas ocasionais e passageiros no abastecimento de água são causados pelas obras de transposição do Rio Capivari, que passará a abastecer o ribeirão Piancó e deverá solucionar a falta do produto no município. O próprio prefeito Roberto Naves já ofereceu está justificativa à reportagem.

Como explicar tantos termos técnicos para as diversas donas Marias, donas Abadias, Cláudias, Vivianes? Os Josés, Flávia, Paulos. Esses cidadãos vão entender as justificativas? E no caso do restaurante, que não tem água já há sete dias? Talvez se as torneiras falassem, alguma explicação plausível saísse dos registros. Enquanto a resposta para a falta de água não vem, a população se vira como pode.

Ea municipalização da água, tão pregada por Roberto Naves, em campanha e durante sua gestão, continua na promessa. Enquanto isso, nem o Governo de Goiás oferece um serviço de qualidade, nem a Prefeitura age para apresentar uma solução alternativa.

Prefeitura

Por meio da sua assessoria de comunicação, a Prefeitura de Anápolis informou que avalia a possibilidade de municipalização da água. Apesar de não haver uma definição ainda, estudos são realizados para levantar a viabilidade técnica desta ação.

Ainda de acordo com a gestão municipal, seria “imprudente” qualquer iniciativa de municipalização que não levasse em conta esses estudos técnicos, indicando que a concretização desse projeto, caso saia do papel, não será à curto prazo, mas fará parte de um planejamento do município, orçamentário e técnico.

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