O deputado estadual Antônio Gomide usou planilhas oficiais dos investimentos realizados na Celg no período de 2006 a 2016 para questionar a queda proporcional da qualidade do serviço prestado pela estatal.
Os dados comprovam que o volume de investimentos anuais na estatal é diretamente proporcional à qualidade de serviço atestado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a redução dos aportes a partir de 2010, registrou-se queda vertiginosa da qualidade e aumento nas interrupções do serviço.
O questionamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (21), no primeiro dia de oitivas na CPI da Enel, ao ex-diretor da Celg, Humberto Eustáquio. Hoje, atuando na Enel, Eustáquio ocupou diversas funções de comando na estatal goiana.
“Em 2006, quando os investimentos eram de acima de R$ 200 milhões, a empresa tinha qualidade superior à média nacional, no ano seguinte, tem nova elevação. A partir de 2010, houve diminuição dos investimentos e ela foi se deteriorando”, atestou o parlamentar.
Segundo Gomide, ainda citando as planilhas, há uma queda de investimento e também da qualidade até a federalização para a Eletrobrás.
Gomide ressaltou ainda que a queda no volume de investimentos coincide com uma agenda política: a mudança de governos, já que houve um processo eleitoral com a vitória de Marconi Perillo (PSDB) sucedendo a gestão Alcides Rodrigues.
Resposta
Para Humberto Eustáquio, a tabela não corresponde com a realidade da estatal nos períodos determinados. O ex-diretor da Celg tentou desmentir o cruzamento de dados da planilha entre os investimentos e a qualidade do serviço.
Falando pela Enel, Eustáquio afirma que a empresa trabalha conforme o número de consumo.
O diretor ainda acrescentou que a Eletrobrás também já se preparava para privatizar a Celg e não estatizar. Os números, no entanto, indicam que – quando foi federalizada – a Celg passou a novamente receber aumento de verba, passando até a marca dos R$ 300 milhões.
