Delegado fala em “timing” para prender Lula e gera polêmica

Esqueçam as provas, as evidências e a oitiva de testemunhas. Para o delegado federal Maurício Moscardi, responsável pelas ações da força-tarefa da Lavajato, o principal fator para se prender alguém é o “clima ideal” para efetuar uma ação de Justiça, pelo menos se envolver o nome do ex-presidente Lula. Ou, no caso, o chamado “timing”, como se referiu o delegado ao lamentar que eles perderam a chance do tempo certo para efetuar a prisão.

Em entrevista à Revista Veja, Moscardi, que é coordenador da Operação Lava Jato na Polícia Federal, afirma que que houve um tempo em que os investigadores tinham provas que poderiam levar à acusação de tentativa de obstrução da Justiça. Mas hoje, “os elementos que justificariam um pedido de prisão preventiva não são tão evidentes”, explica à publicação

Para Moscardi, foi um erro ter levado o petista para depor no Aeroporto de Congonhas porque acabou permitindo a ele “passar uma imagem de vítima”.

O delegado ainda critica a formação de heróis em torno da força-tarefa. “Há uma personificação da parte de alguns procuradores como heróis na força-tarefa”. E faz um alerta: mudanças no comando da PF, como cogita o ministro Alexandre de Moraes (Justiça), podem comprometer o andamento da Lava Jato.

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