Diabéticos somam 15 mil em Anápolis e silêncio da doença dificulta diagnóstico precoce

Diabetes costuma ser assintomática em suas fases iniciais: é esta falta de “alerta” que muitas vezes prejudica a reversão do quadro

Paulo Roberto Belém

O dia 14 de novembro é lembrado como o Dia Mundial do Diabetes e atualmente, os anapolinos convivem com um quantitativo estatístico de 15 mil diabéticos, considerando uma população com mais de 350 mil habitantes. Muitos destes, sequer sabem que estão com a doença, o que dificulta o tratamento. Evitá-la requer sacrifício e disciplina, pois implica na mudança da rotina dos indivíduos, quase sempre em todas as áreas da vida, o que acaba por assustar e causar incertezas.

Deixar de fazer aquilo que se está acostumado e adotar uma nova postura se torna um desafio, ainda mais quando afeta os prazeres dos seres humanos. Mas, em se tratando de saúde, a mudança de hábitos é preponderante para prolongar a vida das pessoas. É o que ressalta um médico especialista no tratamento da diabetes, o endocrinologista Elias Hanna. Ele traça um perfil da doença assimilando à realidade de Anápolis.

O endocrinologista disse que a realidade da diabetes em Anápolis tem assustado pela incidência e prevalência. Segundo o especialista, a doença tem apresentado particularidades na cidade, como o aumento de casos na adolescência. Já para o público adulto, acima dos 40 anos, ele destacou maior preocupação. Hanna atribuiu o crescimento da doença na cidade à mudança de hábitos alimentares. “Esta, sim, pode ser considerada a principal causa. À medida em que a população engorda, ganha peso, aumenta a chance de ser diabético”, alerta.

Há três tipos de diabetes: Tipo 1 – que afeta crianças e adolescentes, Tipo 2 – mais comum em adultos e diabetes gestacional – que atinge cerca de 10% das mulheres grávidas do município. De todo o quantitativo em Anápolis, ele revelou uma preocupação: “Trinta por centro dos diabéticos estão sujeitos a terem complicações cardiovasculares, que agrava a situação clínica e leva os pacientes à morte”, afirmou o endocrinologista.

Silêncio

Os especialista ainda disse que a natureza assintomática da doença retarda o diagnóstico. Elias Hanna apontou que  25% dos pacientes desconhecem estar com a doença e que isso se justifica pelo fato dos sintomas serem, às vezes, confundidos. “No momento que ela deixa de ser silenciosa, ela passa a ser retumbante e aparece com todos os sintomas: aumento da pressão e frequência urinária, alterações no peso e o que é pior: doenças cardiovasculares”, explicou Hanna.

Cuidados

Os maus hábitos alimentares, ao longo da vida, são fatores o risco quando se fala em diabetes. Para o especialista, o sobrepeso é o principal vilão. Uma alimentação saudável – rica em vegetais, carnes magras, diminuição de frituras, gorduras, doces, refrigerantes e massas, associada a atividades físicas regulares – com no mínimo 3,5 horas por semana – contribuem para diminuir a incidência da doença.

 

Notícias Relacionadas