Incertezas eleitorais fazem Real ter a 3ª maior desvalorização em relação ao dólar

O Real é a terceira moeda que mais desvalorizou em relação ao dólar no mês de abril, em uma lista feita com 47 outras moedas. O levantamento foi feito pelo Estadão/Broadcast. E as perspectivas não são animadoras: por conta da expectativa de um novo reajuste nos juros dos EUA também tem pressionado outras moedas.

A principal justificativa para o processo de descenso da moeda brasileira são as incertezas eleitorais em pleno ano de escolha do novo presidente. Pelo menos esta é a alegação de grandes nomes do mercado financeiro como o Itaú Unibanco e o Merril Lynch. A moeda brasileira só não ficou atrás do bolívar venezuelano e do rublo russo. O primeiro país sofre com uma crise humanitária e a sede da Copa deste ano vive um problema geopolítico com as crises que vem travando com os EUA por conta da Síria.

O mês de abril tem sido ruim por grande parte das moedas do mundo. Uma vez que há a sinalização da elevação da taxa de juros nos Estados Unidos, cria-se a tendência do mercado de concentrar o dinheiro de todo o mundo nos EUA. Os investidores esperam, com isto, lucrar com os juros americanos.

Uma pesquisa do BofA Merrill Lynch enviada aos clientes na semana passada mostra que 45% dos entrevistados dizem que as eleições são o maior risco para os mercados da América Latina. Neste ano, as duas maiores economias da região – Brasil e México – irão às urnas.

Sobre a disputa no Brasil, há deterioração das percepções. Em março, a maioria dos entrevistados (56%) apostava que a chance de vitória de um presidente de agenda reformista de centro-direita estava entre 51% e 70%. Em abril, essa avaliação caiu para menos da maioria e 42% deram essa resposta.

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